1.400 pessoas morrem por ano devido ao cancro do pâncreas

Num quarto de século, o número de óbitos provocados pelo cancro do pâncreas duplicou. Em média, por ano, cerca de 1.400 pessoas são vítimas da doença.
No Dia Mundial do Cancro do Pâncreas, a RUM esteve à conversa com a presidente do Clube Português do Pâncreas, secção que pertence à Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia. Olhando para os dados, que remontam a 2015, Ana Caldeira fala num cenário “cada vez mais preocupante” e alerta para a importância de se “modificarem determinados hábitos que se tornam factores de risco”.
O tabagismo está relacionado com 20% de todos os cancros do pâncreas e causa um aumento de 75% em comparação com não fumadores. “A alimentação rica em carnes processadas e pobre em verduras, a obesidade e o álcool, associado à pancreatite crónica, também impulsionam o desenvolvimento do cancro”, acrescenta.
A gastroenterologista chama também atenção para a questão da diabetes. Ana Caldeira explica que, em vários doentes, existe “uma desregulação do perfil glicémico nos dois, três anos anteriores ao diagnóstico do cancro do pâncreas”. “Parece que a diabetes pode ser um alerta. Após os 50 anos, as pessoas com essa doença devem ter uma abordagem no sentido de avaliar se há ou não uma neoplasia do pâncreas por detrás da diabetes”, alerta.
Ainda em relação à terceira causa de morte por cancro na Europa, a presidente do Clube Português do Pâncreas refere ainda que “15% dos casos são espoletados por características genéticas”.
