Primeira Feira Semanal de Agosto com poucos emigrantes

O querido mês de Agosto já não é o que era. A primeira terça-feira do mês foi atípica para os comerciantes que fazem a Feira Semanal de Braga. Os emigrantes chegam, mas a conta-gotas. Quanto aos fregueses diários, muitos deixaram de frequentar o certame. Os feirantes apontam o medo da Covid-19 como a principal razão para além da falta de dinheiro. O resultado está à vista, as ruas da Estrada Nacional 101 pouco preenchidas para a altura do ano.

“Não posso comprar artigos novos”. 

Isabel Amaral recorda os dias em que os fregueses eram tantos que era difícil passar pelas ruas. Hoje, o cenário é bem distinto. Poucos emigrantes e os que chegam compram poucos artigos, neste caso de vestuário. A retoma na Feira Semanal de Braga “não está a ser nada fácil”, segundo a comerciante que em declarações à Universitária confessa já dar o ano de 2020 como “perdido”. 

“Tínhamos a nova coleção de Primavera-Verão para lançar, como estivemos em confinamento não vendemos. Agora tenho de despachar os artigos, não posso comprar novos o que também vai acabar por afectar o negócio”, adianta. As quebras nesta banca são de 50%. 

Perdas de 90% podem ditar abandono da feira de Braga. 


“O negócio está parado”, afirma Aurora Oliveira que vende artigos de decoração há 25 anos. Considera que saiu prejudicada com o novo espaço que lhe foi atribuído, uma vez que estão previstas obras no sopé do monte Picoto. Caso as intervenções não avancem rapidamente e as vendas continuem praticamente inexistentes, Aurora Oliveira irá deixar de fazer a Feira Semanal de Braga. 


“Por esta hora não conseguia dar esta entrevista”. 

Com uma banca bem recheada de queijos e enchidos Hugo Teixeira frisa assegura que o Verão “já não é o que era”. Os visitantes deixaram-se consumir pelo medo e abandonaram as feiras. O negócio está fraco e por aqui as receitas estão com quebras de 50% em todas as feiras. 

O feirante garante que vai continuar a apostar na qualidade dos produtos assim como na degustação. Os presuntos são os produtos com mais saída. 

“Receitas não fazem face às despesas”.

Esta é a realidade de Amélia Oliveira que há 25 anos vende calçado nacional na Feira de Braga. Na segunda-feira marcou presença em Ponte de Lima e o cenário foi idêntico. “Não há esperança. As feiras foram todas muito afectadas”, reconhece.


Para a comerciante as condições na Feira Semanal de Braga não ajudam. Estão isolados o que contribui para perdas de mais de 50% das receitas. “Não estamos a tirar o lucro necessário para fazer face às despesas”, afirma. 

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Vanessa Batista
Vanessa Batista

Jornalista na RUM

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Sara Pereira
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