“20 de novembro”. Um grito de alerta sobre os anónimos que vivem em angústia

A Casa das Artes de Vila Nova de Famalicão recebe, este sábado, a peça “20 de novembro”. Trata-se de um monólogo inspirado numa histórica verídica que remonta ao ano de 2006, na Alemanha.
Um jovem, antes de fazer um ataque à escola que frequentava, publicou na internet o diário em que descreveu as frustrações na escola, as humilhações constantes de que era vítima pelos colegas e o desejo de se perder na multidão.
O dramaturgo sueco Lars Norén reconstruiu o discurso que, agora, dá origem à reinterpretação de Manuel Tur. A RUM conversou com o encenador que sublinha que esta é a história de todos os anónimos que são vítimas de abusos, bullying ou maus-tratos.
Rafael Ferreira é o ator, minhoto, que dá vida ao monólogo descrito como “violento e desesperado”. Ao longo de 60 minutos, há “quase que um pedido de ajuda” que se desvanece para dar lugar a momentos de “muita raiva, discriminação e alguma xenofobia”.
Para o encenador, este trabalho levanta também “muitas questões éticas”, nomeadamente, “o uso de armas para fazer justiça seja de que maneira for”. Manuel Tur espera que “20 de novembro” que o ponto de partida para um debate real e sério sobre estes silêncios relativos a casos de bullying ou maus-tratos.
Um grito de alerta para “pais, filhos, colegas e para nós, que muitas vezes nesta nossa distância, porque ou não fomos vítimas ou passamos ao lado de alguém que possa ter sido, acabamos por fechar um bocado os olhos”.
“Queremos muito que seja um espetáculo de identificação”, frisa.
O espetáculo “20 de novembro” vai estar em cena no grande auditório da Casa das Artes de Vila Nova de Famalicão, este sábado, pelas 21h30. Os bilhetes custam 6 euros para o público em geral ou metade para quem tem cartão quadrilátero. A peça é uma coprodução da 11Zero2, da Casa das Artes de Famalicão e do Teatro Aveirense.
