“20 (mil) anos do Vale do Côa”. Região que deu à UMinho os primeiros Picassos do mundo

A Nova Galeria do Paço acolhe, a partir de hoje, a exposição “20 (mil) anos do Vale do Côa”. Tratam-se de fotografias e gravuras reais que demonstram a arte rupestre pré e proto-histórica ao ar livre, cronologicamente alongada entre o Paleolítico superior (±25.000 anos BP) e a IIª Idade do Ferro (2ª metade do 1º milénio a.C.).

Segundo a vice-reitora para a Cultura da Universidade do Minho, Manuela Martins, esta é a “primeira mostra do Côa a ter lugar na cidade dos arcebispos”. Um espólio considerado há 21 anos património da humanidade pela Unesco que chega, agora, até ao dia 20 de Abril a todos os bracarenses. “Não podíamos abrir de melhor forma o ano de 2020”, declara.

A região do Côa abriga mais de 13 mil manifestações de arte rupestre ao longo de, aproximadamente, 50 quilómetros.

Na Galeria do Paço para além de visualizar “replicas de rochas” é possível conhecer um pouco mais da história do descobrimento destas obras que tem a mão de um docente da academia minhota. Há 25 anos António Batista, que foi até 2017 director do Parque Arqueológico e do Museu do Côa, foi um dos primeiros arqueólogos a escavar nesta região do xisto. Época em que Portugal esteve perto de escrever um erro na sua história.


“As gravuras não sabem nadar”, foi o mote das manifestações lideradas pelos estudantes da Escola Secundária Tenente Coronel Adão Carrapatoso. Recorde-se que em 1995 o Governo tinha prevista a construção de uma barragem no local, o que iria determinar a destruição de “um dos maiores espólios do Paleolítico da Europa ocidental”. Manuela Martins adianta que no percurso da exposição é possível encontrar referencias a animais icónicos da época.



“Nós tivemos no Côa os primeiros Picassos”, presidente da Fundação Côa Parque.

Em 2019 as exposições dentro e fora de portas do museu do Côa somaram, aproximadamente, 100 mil visitantes. Os dados foram revelados aos microfones da universitária pelo presidente da Fundação Côa Parque. Bruno Navarro classifica as criações como “notáveis” e frisa que a sua divulgação e valorização são essenciais para enaltecer a memória dos antepassados.


São mais de 200 quilómetros quadrados recheados de peças históricas de um valor incalculável. Obras que já passaram por países como Azerbaijão, Croácia, Correia do Sul e França. 

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Vanessa Batista
Vanessa Batista

Jornalista na RUM

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Sérgio Xavier
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