32ª edição dos Encontros da Imagem reforça presença de fotógrafos lusos

A cidade de Braga acolhe, a partir desta sexta-feira, dezenas de fotógrafos portugueses e estrangeiros para a abertura da 32ª edição do Festival Internacional de Fotografia ‘Encontros da Imagem’. 

Depois de duas edições marcadas pela pandemia, em que muitas das atividades aconteceram pela via digital, é tempo de regressar ao formato habitual e promover o encontro entre diferentes gerações e estilos de artistas da fotografia espalhados pelo Mundo. Na edição deste ano é visível o reforço de artistas portugueses presentes.

Na última noite, em entrevista na RUM, Carlos Fontes, congratulou-se com o número de fotógrafos presentes de nacionalidade portuguesa. “É uma preocupação da direção dos Encontros mostrar a fotografia portuguesa”, assume. Em Braga vão estar vários fotógrafos portugueses, nomeadamente em espaços como o Museu Nogueira da Silva ou o Museu dos Biscainhos. Guimarães e Porto são outras cidades com exposições de portugueses, onze no total.

Sobre a qualidade da fotografia contemporânea em Portugal, o diretor artístico dos Encontros não esconde que a fotografia digital permite outras possibilidades. “Antigamente havia este conceito de fotografia com o enquadramento dado logo na captação da imagem. Hoje permite-se fazer trabalho depois de tirar a fotografia, começa por dizer. Ainda assim, Carlos Fontes considera que a fotografia portuguesa “vive o paradigma da procura de um caminho. Os jovens agora fazem coisas e acham que muitas vezes a fotografia tem de ter grandes dimensões. Estão todos um bocado nessa e eu não sei se será o melhor caminho. Acho que tem que se repensar os projetos. Demora até ter a sua linha”, alerta.

A dias do arranque do evento cultural com mais de trinta anos de história na cidade, o diretor artístico fala até numa certa “ansiedade e expectativa” de muitos dos que se deslocam a Braga pela primeira vez para participar no festival. As expetativas para esta nova edição “são boas” e a organização promete um festival “excelente” com exposições de qualidade no seu conteúdo. Além disso, realça, a organização preparou “com um cuidado muito particular a montagem das exposições” através da “criação de discursos e narrativas diferentes com coisas mais concetuais e mais contemporâneas e não o clássico” com que o público está mais familiarizado.


Este ano, num olhar diferenciado para o tema ‘Lugares Comuns’, a direção do festival internacional de fotografia decidiu promover uma nova reflexão já que “os lugares são comuns em qualquer situação”. Carlos Fontes explica que a ideia está centrada no facto de “cada um se procurar a si próprio” sendo certo se não se conseguir encontrar em si próprio, não consegue encontrar em mais nada”.

Exposições apresentam várias dimensões de abordagens e conceitos


Garantidas estão exposições fotográficas “com várias dimensões de abordagens, de conceitos, muitos deles estéticos e documentais que nos chamam para realidades que muitas vezes pensamos que nos passam ao lado, mas não passam”. 

O tema deste ano “permite quase tudo”, garante o responsável, frisando que volta a estar em destaque a questão de género com uma abordagem “muito clara”, além de outros problemas que continuam a estar presentes na sociedade, nomeadamente as questões económicas e sociais, as migrações e os refugiados.

“A Arte não deverá ser vista só pelo seu lado estético. Também tem que ter uma capacidade de intervir e de obrigar à reflexão e, melhor que tudo para esse trabalho é a fotografia porque parte sempre do real, mesmo que esse real possa ser imaginado e depois trabalho em função dos objetivos e das preferências de cada um dos artistas”, detalha Carlos Fontes.


O Festival Internacional de Fotografia e Artes Performativas conta com fotógrafos como André Castanho, Rocío Bueno, Maria do Mar Rêgo, Renato Chorão, ou Rosa Lacavalla. No total, a edição deste ano apresenta um reforço significativo de fotógrafos, exposições e até espaços expositivos. Os Encontros da Imagem estão construídos pela lente de 95 artistas, apresentando cinquenta exposições distribuídas por 26 espaços, na sua maioria na cidade de Braga onde se destacam a Galeria do Paço, a Galeria da Estação, a Galeria Forum Arte, o Mosteiro de Tibães, o Theatro Circo ou a Casa dos Crivos.


Consultar programa completo Encontros da Imagem 2022

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Elsa Moura
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