“A nossa ideia é combater o ataque à administração pública”

A contratação de mais trabalhadores e a valorização das carreiras são os principais objectivos do novo coordenador da Federação Nacional dos Sindicatos da Função Pública (FNSFP). Sebastião Santana foi eleito esta sexta-feira no XXII Congresso da FNSFP, que decorreu em Braga.
O representante máximo da federação para os próximos quatro anos sucede a Ana Avoila, que esteve 13 anos no cargo. Em declarações à RUM, Sebastião Santana definiu como prioritário “combater o ataque à administração pública, aos trabalhadores e aos serviços públicos em Portugal”.
De acordo com o coordenador da estrutura sindical afecta à Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP), as privatizações e o processo de descentralização, que, no seu entender, “não é uma descentralização como está prevista na constituição e que pode atacar de uma forma profunda as funções sociais do Estado”, são dois fenómenos que têm afectado e podem continuar a prejudicar o sector.
Por outro lado, referindo que “a administração pública foi esvaziada no período da troika e que ainda está muito longe de se repor a força de trabalho que havia antes”, Sebastião Santana considera fundamental aumentar o número de contratações e fomentar a valorização das carreiras, nomeadamente através da “revogação do sistema de avaliação”, de modo a que “as pessoas que entram hoje no sector público se mantenham”. “A perspectiva que o Estado dá aos jovens é a de progredir só quatro posições remuneratórias durante 40 anos de trabalho. Isto, de facto, não é muito convidativo”, finaliza.
Sebastião Santana será um dos principais responsáveis pelas negociações com o Governo
Além de se tornar coordenador da FNSFP – federação constituída há 41 anos, que é composta por quatro sindicatos, representando cerca de 68 mil trabalhadores – Sebastião Santana, até agora dirigente do Sindicato da Função Pública do Sul e Regiões Autónomas, pode também suceder a Ana Avoila como responsável máximo da Frente Comum.
Esta estrutura, igualmente afecta à CGTP, funciona como uma plataforma reivindicativa e de negociação com o Governo – o aumento salarial na função pública vai ser brevemente discutido – e integra 29 sindicatos e federações, como a FNSFP e a Fenprof, abrangendo cerca de 300 mil funcionários do sector.
