Investigação sobre oncologia vence Prémio Príncipe da Beira

A investigação sobre oncologia, nomeadamente sobre cancro do esófago, de Ana Catarina Silva foi a grande vencedora da 3.ª edição do Prémio Príncipe da Beira Ciências Biomédicas. O júri entregou ainda uma menção honrosa a Raquel Faria, a propósito da sua investigação sobre a doença de lúpus.
O prémio, no valor de 15 mil euros, foi entregue esta terça-feira, no Salão Nobre da Câmara Municipal de Guimarães.
Recorde-se que este prémio se trata de uma iniciativa da Fundação D. Manuel II, da Universidade do Minho e do município de Guimarães, que visa distinguir um investigador de excelência na área, com menos de 40 anos de idade, pretendendo apoiar o seu plano de pós-graduação a realizar numa instituição de I&D nacional e/ou estrangeira.
Na sessão, o reitor da UMinho, Rui Vieira de Castro, considerou “o trabalho dos cientistas essencial, por aquilo que nos vão assegurando largamente nas fronteiras do conhecimento do humano e enquanto factor de intervenção informada, no sentido de transformação do nosso contexto e realidade”. O prémio, afirmou o responsável máximo da academia minhota, permite a “visibilidade dos contributos que a actividade dos cientistas pode trazer e dos impactos que pode ter na transformação das nossas vidas, mas também o de dar um incentivo a quem se envolve numa actividade tão nobre quanto é a da investigação científica”.
“Guimarães é um territótio priveligiado por ter no seu território a UMinho”
Para a vice-presidente da autarquia vimaranense, Adelina Paula Pinto, “Guimarães é um territótio priveligiado por ter no seu território a UMinho, que tem ganho imenso prestígio no trabalho feito em áreas de investigação novas e nobres, assim como por ter o 3B’s, com tanto conhecimento e inovação”.“Tivemos 44 candidaturas de grande qualidade, o que demonstra a importância que este prémio já tem”, acrescentou a autarca.
Presente na sessão esteve também Dom Duarte de Bragança, em representação da Fundação D. Manuel II. O duque considera que “a investigação científica mostra que ainda temos, e cada vez mais teremos, a capacidade de inovar, ser curiosos e sistemáticos na pesquisa”.
O projecto vencedor, explicou Ana Catarina Silva, pretende abrir novos caminhos na investigação oncológica e “consiste na identificação de biomarcadores de resposta à radioterapia em biópsias líquidas em doentes com cancro do esófago”. Este tipo de cancro é “uma das principais causas de mortalidade a nível mundial (6.ª) e a 7.ª em reincidência”. “A maior poarte dos doentes é diagnosticado em estadios avançados, onde a cirurgia já não é opção e tem que passar por tratamentos onde está incluída a radioterapia”.
Foi ainda entregue uma menção honrosa a Raquel Faria pelo seu trabalho de investigação ligado ao lúpus. “Fala-se de medicamentos, mas não estamos a falar do stress e do que comemos, que influencia esta doença”, apontou a investigadora, que deu conta que a “incidência triplicou nos últimos 50 anos e que qualquer tratamento falha por se tratar de uma heterogeneidade de manifestações”.
