Carvalho da Silva: “É preciso travar o determinismo tecnológico”

Manuel Carvalho da Silva considera que “o diálogo interdisciplinar é cada vez mais necessário” para um melhor uso da tecnologia. O antigo secretário-geral da CGTP, cargo que exerceu entre 1986 e 2011, e actual investigador da delegação de Lisboa do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra marcou presença esta quarta-feira, no Campus de Azurém, no 44º aniversário do Departamento de Produção e Sistemas (DPS) da Universidade do Minho.

O tema escolhido para a edição este ano intitulou-se ‘Engenharia a projetar o futuro: competências e mercado de trabalho’. Destacando o papel da evolução tecnológica, Manuel Carvalho da Silva considera que é também preciso não esquecer a importância dos recursos humanos. “Há muita investigação que, por vezes, quase formata as conclusões. Há demasiado mainstreaming e ausência de visões mais críticas e mais aprofundadas”, refere.


De acordo com o actual presidente do Laboratório Colaborativo para o Trabalho, Emprego e Proteção Social, “antes das tecnologias serem implementadas, é necessário ver se há condições económicas e financeiras e atender à própria localização dos países”.

Nessa linha de pensamento, considera fundamental “travar o determinismo tecnológico” e “puxar pelo valor da produção e da indústria, mas sempre com o humano no centro”. “Esta ideia de que a máquina vai produzir um conjunto de tarefas e que depois basta as pessoas serem empreendedoras e fazerem formações para fases mais transitórias, tempos muito curtos, é absurda”, complementa.


Directora do DPS destaca a reformulação do 1º e 2º ciclos de estudo e a componente de investigação

Além de ter sido orador de uma palestra subordinada ao tema do anivesário, Manuel Carvalho da Silva, que é também vice-presidente do Conselho Geral da Universidade do Minho, participou numa mesa redonda com Francisco Duarte, gestor de unidades técnicas da Altran, Alexandre Mendes, ex-diretor executivo da Startup Braga, Fernando Alexandre, professor do Departamento de Economia, e Ana Paula Marques, docente do Departamento de Sociologia.

No âmbito do 44ª aniversário, a directora do DPS explica que o objectivo desta edição foi “alargar a discussão e não focar somente nas competências técnicas”, acrescentando que, nesse sentido, houve uma escolha de convidados de “diferentes áreas de estudo e com percursos distintos”.

O DPS apresenta actualmente um mestrado integrado em Engenharia e Gestão Industrial, seis mestrados e quatro programas doutorais, entre outros ofertas formativas. Sameiro Carvalho destaca a “transformação que o primeiro e o segundo ciclos de estudos vai sofrer” com o fim dos mestrados integrados, previsto acontecer a partir de 2021/2022.


Na componente da investigação – neste momento existem 14 laboratórios -, a responsável máxima adianta que o departamento está a “desenvolver muitos projectos com uma ligação prática às empresas”, nomeadamente em ambientes industrial e hospitalar.

O programa do 44º aniversário do DPS contou também com uma workshop com oito casos práticos desenvolvidos no contexto das dissertações de mestrado dos diferentes projectos de ensino e com a entrega de prémios para as melhores dissertações de mestrado e para os melhores alunos graduados em 2018/19.

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Tiago Barquinha
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