URBAC propõe 7 medidas para salvar sector da restauração

Cansados de receber do Governo “uma mão cheia de nada”, o movimento União de Restaurantes de Braga de Apoio ao Covid-19 (URBAC) idealizou sete medidas “fundamentadas e consideradas fundamentais” para fazer face a esta situação de crise originada pela pandemia do novo coronavírus.

O URBAC representa um universo de 1341 trabalhadores e aproximadamente 132 restaurantes de Braga. Todas as medidas apresentadas surgiram de uma cuidada análise aos dados disponibilizados pelo Instituto Nacional de Estatística, Gabinete de Estratégia e Estudos do Ministério da Economia e da listagem de restaurantes aderentes ao movimento.

À RUM, Albino Fernandes, um dos membros do movimento e proprietário de um estabelecimento na cidade dos arcebispos, considera que as medidas anunciadas pelo Governo têm sido “insuficientes”. De modo a preparar o futuro pós covid-19, o URBAC pede o lay-off adaptado em que o Governo deve assumir o pagamento a 100% dos salários dos funcionários durante o estado de emergência, algo que é feito no caso da função pública. Para o movimento, o Governo deveria pagar directamente aos trabalhadores, não sendo desta forma necessário a intervenção dos proprietários.

Os empresários defendem que estas medidas são uma forma de o Governo poupar no futuro. Caso não sejam aplicadas, a previsão é que “a recuperação das empresas acabe por ficar mais cara ao país, uma vez que o número de desempregados será maior e muitas empresas terão já fechado portas”.

Ainda no que toca ao lay-off, este deve ser prolongado por três meses após o período do estado de emergência, sendo que o Governo deveria assumir 50% dos salários até ao período de retoma de confiança do consumidor.

As críticas não ficam por aqui. Albino Fernandes utiliza a palavra “barbaridade” para descrever “a não solução” encontrada para os sócios-gerentes. “Em primeiro lugar o número de empresas [com 1 trabalhador e sócio-gerente] do sector da restauração nestas circunstâncias é muito baixo, é inferior a 10% das empresas em Portugal, também não se entende o valor de 60 mil euros de facturação, que representa uma facturação média de 10 pratos do dia (almoço e jantar) num Restaurante, é muito baixa, ou seja, é uma medida com impacto insignificante para o sector. Não se entende esta matéria quando em Portugal as Micro e Pequenas Empresas, com até 5 trabalhadores, representam 99,5% das Empresas na Restauração”, defende.

Outro dos pontos fundamentais para o URBAC passa pela isenção, desde o corrente mês, das contribuições à Segurança Social e IRS até ao final do período de estado de emergência. Albino Fernandes frisa que a generalidade das empresas do sector estão actualmente com uma facturação zero ou próxima disso, logo não fará sentido a suspensão das contribuições.

No que toca à banca, o URBAC pede a suspensão do financiamento em curso entre “12 a 24 meses”, uma vez que a “retoma vai ser muito lenta”. Quanto aos juros, esses devem ser fixados a zero.

*Vanessa Batista.

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