Covid-19: Mortalidade com “diminuição consistente” desde 15 de Abril
A ministra da Saúde defendeu este sábado que a curva de mortalidade por Covid-19 revela uma “diminuição consistente” desde 15 de Abril. Na habitual conferência de imprensa Marta Temido adiantou que a taxa de letalidade por Covid-19 em Portugal se situa nos 4,1%, subindo para 15% em pessoas com mais de 70 anos.
“A curva de mortalidade por Covid-19 mostra uma diminuição consistente desde o dia 15 de Abril, o que é bastante relevante”, afirmou Marta Temido, que falava aos jornalistas, em Lisboa. “Estamos a chegar ao final da primeira semana de alívio e a percepção e informação dos relatórios é encorajadora”, realça a ministra da Saúde, enaltecendo a “confiança em retomar a normalidade da nossa vida”, mas sem esquecer “as regras”.
Quanto à reunião do Infarmed, essa vai acontecer na quinta-feira, e não na terça-feira, porque “todos os dias contam para termos dados mais rigorosos”, sublinhou Marta Temido.
Recorde-se que o número de novos casos subiu esta semana, mas a Direcção-Geral da Saúde diz que não tem relação directa com o alívio das medidas de confinamento. A autoridade de saúde considera que o surto na Azambuja e o aumento de testes podem explicar a subida na região de Lisboa e Vale do Tejo.
A Directora-Geral da Saúde disse que é preciso “distância” para avaliar impacto do desconfinamento, frisando que “há grandes assimetrias no país”, com a necessidade de intervenção em locais com focos. “Números são encorajadores, temos de esperar mais uns dias e [lembrar] que desconfinar não é relaxar. Vai depender do nosso comportamento do dia a dia”, recordou Graça Freitas.
Houve 450 mortes em lares por Covid-19.
“As situações estão relativamente controladas”, garantiu a ministra da Saúde. A directora-geral da Saúde referiu que números se colocam abaixo do que é reportado por outros países da Europa, sendo que houve até ao momento 450 mortes (243 na região Norte, 134 Centro, 69 em Lisboa e Vale do Tejo, um no Alentejo e três no Algarve).
Marta Temido revela ainda que nos cuidados continuados integrados há uma “boa notícia”. Neste momento, há 23 unidades das 389 com casos e “não há nenhum utente internado em hospital”.
Há 62 casos positivos e houve 15 óbitos até ao dia 22 de Abril e desde esse dia que não se registam mortes. Há ainda 114 profissionais que testaram positivo.
“Nunca chegámos a utilizar o total da nossa capacidade na resposta à Covid-19”.
Marta Temido garante que tem sido avaliada a necessidade “salvaguarda de resposta de cuidados intensivos para a retoma da atividade assistencial do SNS” não-Covid-19.
“O conjunto de informações que temos mostram que há no SNS uma capacidade de camas de unidades de adultos de 713 camas”, esclareceu, frisando que tem “havido esforço de aquisição de ventiladores e de recursos humanos para cuidados intensivos para que capacidade melhore”.
“Passámos de 1.142 ventiladores no início de Março para uma capacidade que estimávamos duplicar, mas que ainda não duplicámos, e de uma capacidade de camas de 528 camas no SNS para as actuais 713”, o que representa um “aumento de 35%. Marta Temido lembra que “não está tudo feito” e que há mais encomendas em espera, sendo que esta semana chegaram mais equipamentos.
“Nunca chegámos a utilizar o total da nossa capacidade na resposta à Covid-19”, garante a ministra da Saúde, sublinhando que estamos a tentar melhorar a capacidade para um “eventual ressurgimento do surto” e a resposta à retoma da actividade não Covid-19.
Regras nas praias: “É prematuro fazer qualquer referência”.
Relativamente às regras nas praias, Marta Temido garante que está a haver uma análise do tema e do que os outros países estão a fazer, mas alerta que estão em causa vários intervenientes que têm de ser envolvidos.
“É prematuro fazer qualquer referência” antes de ouvir “inputs técnicos”.
LUSA / TSF
