Na UMinho, senhas de cantina passam a ser digitais em 2021

Anualmente, os Serviços de Acção Social da Universidade do Minho (SASUM) vendem mais de 600 mil senhas em papel. Com o projecto PROCER – Programa Operacional de Capacitação e Eficiência de Recursos – será possível investir na desmaterialização do actual sistema e implementar uma nova ferramenta totalmente digital. A intenção não é nova, mas está finalmente mais perto de se tornar real.
Em declarações à Universitária, Diogo Arezes, do Gabinete de Sustentabilidade, garante que durante o ano de 2020 será implementado no terreno um projecto piloto, em alguns locais, para testar a plataforma. No entanto, esta só deverá ser uma realidade para toda a comunidade académica, a 100%, a partir de 2021. Um “enorme passo” a nível ambiental quer na academia minhota como na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, parceira do PROCER.
Para além dos ganhos do ponto de vista ambiental, este será um importante passo ao nível dos recursos humanos, uma vez que “será possível libertar esses recursos para servir a comunidade académica em tarefas mais nobres e que possam com isso garantir um melhor atendimento”, explica.
Recorde-se que os SASUM, viram a candidatura de 1 milhão de euros do projecto PROCER aprovada no âmbito do consórcio UNorte pela AMA – Agência para a Modernização Administrativa. A iniciativa será implementada em parceria com os Serviços de Acção Social da Universidade de Trás-os-Montes (SASUTAD). Trata-se de um projecto que visa aumentar a eficiência dos modelos de gestão internos das Instituições e, simultaneamente, promover a sustentabilidade em todos os processos produtivos.
O responsável pelo Gabinete de Sustentabilidade frisa que o PROCER pretende actuar em cinco grandes áreas. Em primeiro lugar, será necessário desenvolver uma aplicação móvel que, posteriormente, será disponibilizada a toda a comunidade académica. A meta passa por “desmaterializar grande parte dos processos e serviços prestados pelos SASUM, em especial, o processo de venda de senhas de cantina. Através deste sistema, será possível erradicar o papel e reduzir o desperdício alimentar”.
A segunda grande agenda está centrada na questão do alojamento nas residências universitárias. Diogo Arezes explica que o grupo de trabalho pretende desenvolver um “projecto piloto” no qual o acesso às residências passa a ser feito num formato totalmente digital, ou seja, sem ser necessário o uso de uma chave ou apresentar o cartão de identificação.
A terceira área de actuação é dedicada à revisão e modernização dos meios de interacção com a comunidade académica, estando previsto o desenvolvimento de uma plataforma através da qual os estudantes terão ao seu dispor todos os serviços dos SASUM. Para além disto, a plataforma permitirá ainda uma melhor interacção interna entre departamentos e potenciará a comunicação entre os serviços e os seus stakeholders.
Segue-se a revisão de todo o modelo logístico, desde a recepção de mercadorias até à venda do produto final ao consumidor, de forma a identificar oportunidades de melhoria nos processos e alcançar ganhos financeiros e sociais, ao mesmo tempo que se melhora o serviço de atendimento à comunidade académica.
Por último, o departamento contabilístico e financeiro em que a ideia passa por investir nas facturas electrónicas. “Tratam-se de ganhos ambientais, económicos e sociais pois a qualidade do serviço prestado a toda a comunidade académica aumenta”, refere.
O presente ano de 2020 ficará marcado pela criação da plataforma para os Serviços de Acção Social que terá como base a requalificação do seu site oficial. Contudo, Diogo Arezes não esconde que alguns projectos serão mais difíceis de implementar, como é o caso da espécie de “chave virtual” para as residências universitárias que só passará a realidade em meados de 2021/2022.
*Escrito por Vanessa Batista
