Artérias secundárias da cidade de Braga vão ter zonas de coexistência

A Avenida da Liberdade e a Variante do Fojo podem passar a ter uma ciclovia. A possibilidade foi admitida pelo presidente da autarquia bracarense em conversa com a RUM, revelando ainda que algumas artérias secundárias da cidade vão ter zonas de coexistência.
Cidades como Lisboa e Porto já começam a seguir o exemplo de outras metrópoles europeias que promovem o uso da bicicleta como meio de transporte. Em Braga, a rede de ciclovias é escassa e são cada vez mais os que reclamam respostas do município.
Segundo o autarca não são obras definitivas, mas na Avenida da Liberdade e Variante do Fojo estão a ser equacionadas “para breve zonas teste para aferir a adesão das pessoas e os impactos na mobilidade urbana”. Intervenções que podem vir a acontecer “nos meses mais próximos”.
Aos microfones da Universitária, Rio lembrou também que está prestes a ser lançada a concurso público uma obra que visa a inserção da rede secundária de modos suaves. Um conjunto de intervenções em artérias secundárias que têm mais condições de segurança para a utilização dos ciclistas da cidade.
Este projecto “vai avançar ao longo das próximas semanas”. Trata-se da coexistência de modos de utilização “nomeadamente em faixas de transportes públicos”, esclarece. Nalgumas “será mais fácil criar zonas exclusivas para bicicletas” e segundo o autarca, “as artérias mais interiores” serão a prioridade. A Avenida da Liberdade é outra possibilidade, mas esta “ainda em estudo” pelos serviços camarários.
Ricardo Rio afirma que as intervenções devem ter uma lógica integrada, daí que afaste a hipótese de criação de uma vasta rede de ciclovias a curto prazo. A CMB não alinha em “soluções imediatistas” daí que não faça sentido dizer que Braga “vai criar uma vasta rede de ciclovias”.
O autarca refere que os constrangimentos na cidade já são muitos e que por isso a promoção dos modos suaves e bicicletas “não pode ser dissociada de outras intervenções”. “Não vamos priorizar de um momento para o outro a utilização da bicicleta causando com isso constrangimento de trânsito ainda maiores. É necessário promover uma intervenção equilibrada”, argumenta.
Todas as intervenções carecem de uma abordagem mais abrangente, acrescenta. O autarca relembra que “a prioridade das prioridades é a promoção da segurança rodoviária e a defesa da utilização pedonal da cidade”, dando nota de projectos como as ‘zonas 30’ e o ‘eu já passo aqui’.
Muitos bracarenses admitem que a insegurança é o principal motivo para não se deslocarem de bicicleta. A Associação Braga Ciclável tem-se batido pela criação de mais ciclovias.
*Com Pedro Manuel Magalhães
