Salão Egípcio “pode originar assédio semelhante ao da Livraria Lelo”

É um dos últimos testemunhos orientais do final do século XIX, em Portugal. Segundo o vereador com o pelouro da Regeneração Urbana e do Património na Câmara Municipal de Braga, o Salão Egípcio voltará a ser um “cartão de visita da cidade dos arcebispos”. Recorde-se que o espaço, localizado na Rua do Souto, está a ser alvo de reabilitação. O edifício, da responsabilidade de um promotor privado, vai renascer para alojamento local. As obras de reabilitação deverão estar concluídas no prazo de um ano. O espaço será composto por nove quartos situados nos pisos superiores, assim como uma área para a realização de pequenos eventos. O rés-do-chão do edifício setecentista terá uma vertente comercial.
Em declarações à Universitária, Miguel Bandeira frisa que com esta reabilitação a cidade dos arcebispos ganha ainda mais valor. Contudo, realça que este será um espaço de “charme”, no sentido em que não será destinado a grandes multidões. Será, sim, “um ponto de atracção frequente que poderá originar um tipo de assédio semelhante, por exemplo, ao da Livraria Lelo”, no Porto.
O vereador confessa, aos microfones da RUM, que alguns espaços do Salão Egípcio estavam em “ruínas”. “Uma das paredes, por força da chuva, teve de ser totalmente restaurada. Estava em vias de destruição total. As imagens tiveram de ser reconstituídas a partir de fotografias e de outros elementos de memória”, afirma Miguel Bandeira que sublinhou o profissionalismo e competência da empresas de restauro responsável pelo trabalho no Salão Egípcio.
Miguel Bandeira desafia proprietários
A Câmara Municipal de Braga está a trabalhar num novo regulamento para o Centro Histórico de Braga, que foi aprovado na última reunião do executivo municipal. O também vereador do Planeamento declara que os proprietários são “peças chave na valorização dos imóveis”.
Miguel Bandeira acredita que os proprietários devem ser os primeiros a incorporar factores de valorização do património na reabilitação dos seus prédios, pois só desta forma será possível preservar o valor histórico e patrimonial destas casas com “personalidade” como são as do centro histórico de Braga.
