Telecomunicações, energia e saúde entre as áreas mais sobrecarregadas pela pandemia

A resposta das instituições de saúde portuguesas à pandemia é um dos aspectos positivos referidos num estudo mundial liderado pela Universidade do Minho. A investigação que está a ser desenvolvida desde o mês de Março incide sobre o impacto da Covid-19 na gestão de infraestruturas ligadas a várias áreas da sociedade.

Cerca de 70 a 80 instituições privadas e públicas de quase todos os países da Europa e de uma dezena de nações do resto do mundo foram analisadas, através do preenchimento de questionários por parte de operadores e gestores. Em relação a Portugal, o coordenador do estudo destaca a capacidade que as estruturas dos sectores da energia e das telecomunicações tiveram para “conseguir recuperar de ataques informáticos de que foram alvo, dando a volta por cima”.


Noutro âmbito, José Campos e Matos salienta o trabalho desenvolvido pelas infraestruturas da saúde, ao nível da “resposta eficaz” dada durante a pandemia, em conjunto com a sociedade. No entanto, o investigador da Escola de Engenharia alerta que, nesta área, houve “uma resposta dispersante entre regiões”, o que se reflecte agora na região de Lisboa e Vale do Tejo.

“Houve algum adiamento de tomadas de decisão. Algumas autarquias asseguraram estruturas hospitalares temporárias para fazer o realojamento de outros doentes não Covid e outras não o fizeram, não se prepararam adequadamente”, explica.


Infraestruturas ligadas ao transporte “não estavam preparadas”

O estudo realizado pela EuroStruct – Associação Europeia de Controlo de Qualidade de Pontes e Estruturas, presidida por José Campos e Matos e sediada no Campus de Azurém da Universidade do Minho, teve por base “indicadores-chave para a resiliência”, como componentes ligadas às infraestruturas em si, às ferramentas de apoio ao dispôr dos decisores e à utilização desses espaços por parte da sociedade.

Em análise estiveram sistemas hospitalares, de transportes, de energia, de telecomunicações, de distribuição e financeiros de todo o mundo. De acordo com o investigador, além do sector da saúde, as infraestruturas “mais sobrecarregadas em todos os países foram as relacionadas com telecomunicações e a energia, fruto do facto de as pessoas estarem nas suas casas a recorrer ao teletrabalho”.

No que diz respeito às infraestruturas pertencentes ao sector do transporte, o presidente da EuroStruct aponta que, apesar de terem sido “aliviadas” durante a pandemia, “não estavam preparadas para um risco de caractér biológico como este”, sobretudo as ferroviárias e as aeroportuárias.

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Tiago Barquinha
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