No gnration, Diogo Tudela explora voz e corpo através do erotismo

O gnration tem patente, até Outubro, a nova exposição de Diogo Tudela, presente em duas salas do espaço bracarense. Vocal tract / black hole / vent shaft (part I) explora a voz e corpo através do erotismo.
À RUM, o artista portuense revela que o leitmotiv da sua mais recente obra “é tentar perceber qual é o programa, político e cultural, nos mecanismos de síntese de voz”, dando o exemplo da “Siri, do Iphone, que parte de uma noção de linguagem que exclui a importância do corpo na produção da voz”.
Para aplicar o conceito, Tudela apresenta duas propostas distintas, centradas no conceito de erotismo. Na primeira sala do gnration estão colocados dois gira-discos de cera modelados, que dão a ideia de pele, e simulam um esfíncter. A informação, movida por braços robóticos, fornece um sinal continuo utilizado na modelação da peça de som original.
Na segunda sala é possível ver uma instalação de vídeo construída a partir da recolha de filmes eróticos e pornográficos dedicados às possibilidades de exploração e manipulação oral e anal que propõe uma retro-bioengenharia audiovisual do corpo a partir da voz.
O trabalho de Diogo Tudela está no gnration desde o passado dia 3. Para já, o artista diz que a resposta do público tem sido sobretudo sensorial. “Já tive duas reacções: na sala dos discos, notei uma relação de repulsa e hipnose, de pessoas a olharem para aquilo e a tentar perceber a materialidade da coisa; e no vídeo, o pessoal conseguiu compreender a carga erótica mas sem ver na totalidade se o som vinha de uma boca ou da vulva”, confidencia.
