“Há muita vontade de voltar a dançar”

Desinfectam os sapatos e as mãos à entrada da escola, voltam a desinfectar num percurso intermédio até ao estúdio, momento em que volta a haver desinfecção. A máscara passará a fazer parte do equipamento. O cabelo já deverá vir preso e os alunos o mais preparados possível para a aula.

Passará a ser esta a rotina dos bailarinos da Ent’Artes – Escola de Dança – a partir de 7 de Setembro, dia para o qual está agendado o regresso às aulas presenciais.

Dentro da escola há já sinalética para ajudar os alunos a seguir um percurso pensado até ao estúdio. Os duches não serão permitidos e os mais pequenos contarão com a ajuda de um colaborador na preparação para a aula, evitando-se, assim, a entrada dos pais, à excepção dos que acompanham as turmas baby.

Os estúdios serão desinfectados entre cada aula e os alunos não deverão tocar em equipamentos, como aparelhagens.

As regras são muitas, mas já foram comunicadas às famílias e o sucesso deste regresso, diz a directora, Diana Sá Carneiro, dependerá da responsabilidade de todos.

“Há muita vontade de voltar a dançar”, frisou em entrevista à RUM. Durante vários meses, a pandemia forçou os alunos a saltarem da Ent’Artes para os palcos improvisados de casa. Na sala ou no quarto, com a cadeira ou a mesa a servir de barra, cada aluno foi obrigado a adaptar-se. Com o apoio dos pais e o esforço de cada um, a transição para as aulas online acabou por “ser uma surpresa agradável”, admitiu Diana Sá Carneiro.

O trabalho online terminou a 26 de Julho, com o espetáculo online “Porta 10”, envolvendo uma centena de alunos a dançar em simultâneo a partir das suas casas, que pode rever aqui.

“Está na memória do corpo deles que se possam tocar”

Um dos quatro estúdios da Escola passará a servir de vestiário e nos restantes estará assegurado o distanciamento entre alunos. As aulas de grupo terão um número limitado de participantes, algo que não é novidade na Ent’Artes.

“Está na memória do corpo deles que se possam tocar”, sublinhou a directora, admintindo “muitos cuidados” na adaptação a esta nova realidade.

“As aulas de regime geral podem ser adaptadas para não haver toque, mas se estivermos a falar de ensaio de coreografias as coisas já podem ser um bocadinho complicadas, ou se mudam ou não se fazem ou toda a gente assegura que tem uma atitude preventiva no seu dia-a-dia”, acrescentou.

Ainda sem data para o primeiro espectáculo oficial com público, é certo que na plateia terão um número limitado de pessoas, cujas reacções serão escondidas pela máscara. As regras são necessárias mas têm impacto em que actua, assegura Diana, considerando ser “triste não conseguir ver o que o público sente”. Segura de que apesar dos constrangimentos os alunos “darão tudo o que têm”, a responsável lembra “as saudades de voltar ao palco”. “Qualquer oportunidade agora é muito mais valorizada do que o antes da Covid-19”, referiu.

As directrizes da Direcção-Geral da Saúde não obrigam, até ao momento, professores e alunos a realizar o teste, mas a qualquer momento o cenário pode mudar, dependendo da evolução da pandemia.

As inscrições para as diferentes modalidades já estão abertas, sendo que este ano a oferta da escola é maior. Apesar da insegurança que ainda existe, Diana Sá Carneiro acredita que o número de inscritos não vai diminuir. Normalmente, a escola conta com cerca de 200 alunos, divididos entre Chaves e Braga.  

Partilhe esta notícia
Liliana Oliveira
Liliana Oliveira

Deixa-nos uma mensagem

Deixa-nos uma mensagem
Prova que és humano e escreve RUM no campo acima para enviar.
Sara Pereira
NO AR Sara Pereira A seguir: Carolina Damas às 17:00
00:00 / 00:00
aaum aaumtv