UMinho estuda impacto da escrita no sofrimento de estudantes universitários

A Universidade do Minho está a tentar perceber até que ponto escrever sobre o sofrimento pode ser benéfico. Chamado ‘Write’n’Let Go’, o projecto destina-se aos alunos de língua portuguesa que frequentam instituições de Ensino Superior nacionais.

O programa exclui a intervenção directa de um psicólogo e sugere que os participantes escrevam sobre pensamentos e emoções ligados a uma dificuldade que tenham. João Batista, investigador da Escola de Psicologia e coordenador do projecto, explica que o objectivo é perceber “a consequência das tarefas de escrita no bem estar e no sofrimento dos estudantes”.


“Têm existido alguns estudos empíricos desde meados da década de 80 que demonstram que escrever sobre dificuldades e experiências emocionais pode ter algum impacto no bem estar das pessoas e, portanto, gostávamos de testar esse impacto”, acrescenta.


A participação dos alunos no projecto ‘Write’n’Let Go’ estende-se por um mês e realiza-se exclusivamente online.

O investigador explica que, numa primeira fase, haverá “uma espécie de triagem, em que serão feitas avaliações de sintomatologia depressiva e de sintomatolgia ansiosa”. Passada essa primeira etapa, os voluntários vão realizar quatro tarefas, numa lógica de um exercício por semana com a duração de 20 minutos.



Projecto avalia qualidade de vida e auto-estima


Contando com a colaboração do colega Miguel Gonçalves e de Janine Marinai e Melissa Gouveia, alunas de mestrado da Unidade de Psicoterapia e Psicopatologia do Centro de Investigação em Psicologia da Universidade do Minho, João Batista adianta que vai ser avaliada “uma série de dimensões”.

“Importa-nos o sofrimento psicológico, mas também nos interessa o bem estar. Vamos avaliar vários aspectos, como a qualidade de vida, o afecto positivo e a auto-estima para tentar perceber se este programa tem algum impacto”, concretiza. 

Num inquérito recente da Angelini Farmacêutica, 51% dos estudantes universitários disseram ter colegas ou amigos a quem foi diagnosticada uma doença mental durante o Ensino Superior. Segundo o Conselho Nacional de Saúde, as perturbações mentais são a principal causa de incapacidade e retiram um terço dos anos de vida saudáveis devido a doenças crónicas não transmissíveis. 

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Tiago Barquinha
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