CDU e BE sugerem que CMB integre Confiança na Estratégia Cultural 2030

Foi aprovada, esta sexta-feira, em Assembleia Municipal, com a abstenção dos deputados do Partido Socialista, a proposta de Estratégia Cultural de Braga 2030. 

O documento mereceu o elogio de comunistas e bloquistas. A deputada municipal da CDU, Bárbara Seco de Barros, começou por salientar o “alcance e abrangência”, de uma estratégia que, disse, “diagnostica as principais fragilidades da produção cultural no concelho e, ao mesmo tempo, tira partido da riqueza da região, com equilíbrio da cultura por todo o território”.


Para os comunistas, “um equipamento cultural como a Confiança, capaz de juntar o passado ao futuro, o património à formação e à criação de formas culturais tão diversas, quanto a diversidade cultural de Braga, seria uma mais-valia incontestável para o desenvolvimento desta estratégia”. 

A deputada da CDU apontou atenções para “o quarto eixo da estratégia, que identifica como objectivo a salvaguarda de paisagens, monumentos, ruas, praças, tradições e crenças, que constroem a identidade do concelho”. “Muito diferente da abordagem que a maioria tem com a requalificação da Confiança, parte dessa memória colectiva que nesta estratégia se pretende salvar e potenciar. Não nos parece que a leitura deste objectivo se coadune com a alienação do património cultural, para uma leitura tão literal da contemporaneidade, vulgo o negócio do arrendamento”, apontou Bárbara Seco de Barros. 

A deputada alertou ainda o executivo para a necessidade do orçamento municipal, que será apresentado no final de Novembro, espelhar este compromisso com a Cultura. “É inédita no concelho, mas o sucesso depende exclusivamente de fortes investimentos, insciitos nos planos e orçamentos municipais”, frisou. 

Também o Bloco de Esquerda, pela voz da deputada Alexandra Vieira, alertou o executivo liderado por Ricardo Rio para a necessidade de “dar condições” aos artistas do concelho para trabalhar. Nesse sentido, apela aos responsáveis políticos para “disponibilizar espaços, como a Fábrica Confiança”.

“Não pode ser negada a importância das dinâmicas locias que vários agentes locais, sem apoio, teimam em persistir. A Cultura tem de ser apoiada e esse apoio tem retorno através de outros sectores”, acrescentou Alexandra Vieira.

Para os bloquistas, “é necessário apoiar os artistas” para que eles não “fujam”.

PS abstém porque estratégia tem “muitas páginas, mas pouca substância”

Para António Fidalgo, deputado do Partido Socialista, a Estratégia Cultural de Braga 2030 “é uma boa iniciativa para começo de trabalho, mas está longe do que se tem que discutir acerca de uma autêntica política cultural para Braga”. “Tem muitas páginas, mas pouca substância”, frisou.

Apesar de ter referido que o documento é “louvável e inédito”, para os deputados do PS “uma candidatura a Capital Europeia da Cultura (CEC) tem que cumprir pressupostos sem os quais nem vale a pena ir a jogo”. “Tem que acontecer ao longo do ano intensas realizações culturais, que atraim públicos pagantes, que aliviem a pressão de ser o município a assegurar as despesas. A Cultura custa muito dinheiro”, afirmou o socialista, que sugere que se apoiem os talentos bracarenses. 


Na resposta, o deputado social democrata João Marques considera a estratégia “uma mudança verdadeira de paradigma”. Para o PSD, “o plano merece ser valorizado”, por se tratar de uma  “proposta de estratégia para o futuro”. 


João Marques acusou ainda o PS de “ter medo do risco”. “Medo que corra mal, e não sejamos Capital Europeia da Cultura, ou que corra bem, e sejamos mesmo CEC”, justificou. 

Desde logo, o socialista João Nogueira assegurou que “o PS apoia a candidatura de Braga a CEC e lutará para que  se concretize”. 

António Fidalgo esclareceu que a abstenção se relaciona com o facto do documento não passar de “intenções muito teóricas, não entrando em pontos específicos de concretização de uma política cultural”.


O presidente da Câmara de Braga, Ricardo Rio, esclareceu ainda que esta é uma “estratégia que servirá de base ao caminho que Braga quer percorrer, como pólo cultural, para o futuro”. Apelando, mais uma vez, à união de todos, o autarca lembrou que o objectivo comum é que Braga seja “a cidade que reúne melhores condições para ser, em 2027, Capital Europeia da Cultura”.

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Liliana Oliveira
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Sara Pereira
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