URBAC. “A forma como o Governo quer calcular os prejuízos é provocatória”

“A forma como o Governo chega aos 20% e como quer calcular os perdas é, no mínimo, provocatório à nossa actividade”, diz Tiago Carvalho, da URBAC – União de Restaurantes de Braga de Apoio à Covid-19.

Esta quinta-feira, o primeiro-ministro anunicou uma medida de apoio excecional às empresas da restauração nos concelhos onde vai vigorar o confinamento parcial ao fim-de-semana, lista onde consta Braga.

Para compensar os prejuízos dos restaurantes, que só podem fazer entrega ao domicílio a partir das 13horas, será grantido às empresas um apoio correspondente a 20% da quebra de facturação registada nesses dois fins-de- semana. A partir do e-fatura, será apurada a média da receita das empresas nos 44 fins-de-semana entre Janeiro e Outubro. Aos empresários bastará depois, através do portal 2020 e partir do dia 25 deste mês, comunicar sob compromisso de honra qual foi a receita realizada nos dois fins-de-semana do confinamento. Essa receita será depois comparada com a média anterior para calcular qual a perda. Do total quebra de faturação que daí resulte o Governo assegura uma compensação de 20%.

A URBAC contesta a forma como o Governo decidiu calcular o apoio, já que “dos 44 fins-de-semana analisados, uma grande parte da restauração teve sem trabalhar entre 8 a 12 fins-de-semana”, devido às medidas impostas no primeiro estado de emergência. 

“O cálculo está a ser feito ao ano transacto, um dos mais adversos para o sector, quando em tudo que é feito cálculo é sempre referente ao período homólogo. Seria sério e justo da parte do Governo analisar 2019”, apontou Tiago Carvalho.

Este ano, diz, “a média está muito baixa”, porque “não se tem trabalhado”. Por isso, aponta este elemento da URBAC, “a forma como o Governo está a fazer as coisas não é seria, tem mostrado que não quer saber da restauração”.

“Há medias que têm que ser tomadas de urgência, como a suspensão do pagamento do IVA do último trimestre”


Segundo Tiago Carvalhos, alguns empresários já fizeram contas à vida e deveão receber um apoio a rondas os “200 ou 250 euros”. Um valor que consideram manifestamente baixo.

“Quando a ajuda vier já estamos em Janeiro ou Fevereiro. Há medias que têm que ser tomadas de urgência, como, por exemplo, a suspensão do pagamento do IVA do último trimestre”, sugere a URBAC, salientando que esta medida de salvação “é reforço de tesouraria importantíssimo”.

Neste momento, Tiago já pondera manter um dos seus estabelecimentos encerrados até ao dia 1 de Dezembro. As dificuldades agravam-se com o compromisso que o sector assinou com o Governo, aquando da adesão ao lay-off. “Os empresários estão reféns das leis do Governo, não conseguimos despedir os funcionários que temos a mais”, explicou. Para Tiago Carvalho as consequência vão muito além do que se está a falar. A título de exemplo, recorda o anúncio desta quinta-feira da Sumol + Compal, que vai despedir 80 colaboradroes. Depois do Super Bock Group, é a segunda empresa do sector das bebidas a avançar com uma restruturação. Com a crise na restauração, “o retalho vai ter que cair também”, alertou.

“Em Braga, a restauração tem uma elevada importância na economia local, isto é catastrófico”, finalizou.

Na próxima segunda-feira, a URBAC vai reunir, no Altice FORUM Braga, para mostrar que o sector está junto, analisar as reivindicações e, possivelmente, novas formas de luta.  

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Liliana Oliveira
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Carolina Damas
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