UMinhoTech desenvolve tecnologia que descontamina os solos com realidade aumentada

Remover metais pesados de matrizes sólidas contaminadas com recurso a realidade aumentada. É este o objectivo da ElectroKinBarrier Solution, apresentada esta quarta-feira numa sessão promovida pelo UMinho Tech, que serviu para exibir os projectos desenvolvidos ao longo dos últimos três anos.

O mecanismo resulta de uma parceira entre duas interfaces tecnológicas da academia minhota: o CVR – Centro para a Valorização de Resíduos e o CCG – Centro de Computação Gráfica. André Ribeiro, do CVR, explica que a base do projecto consiste no recurso a electro-remediação e a barreiras reactivas permeáveis.

Numa primeira fase “introduz-se uma corrente de baixa intensidade nas matrizes sólidas e depois, como os metais têm carga iónica, positiva ou negativa, acabam por migrar para cada um dos lados, opostos à sua carga”. Após isso, acrescenta o investigador, “a colocação das barreiras vai permitir a captação dos metais e a posterior remoção”.

Este duplo processo é complementado com realidade aumentada. O protótipo elaborado pela CCG tem capacidade para analisar até 300 quilogramas de metais.

Área de abrangência da tecnologia depende das empresas


Depois de alguns ensaios laboratoriais, o projecto está em fase piloto. André Ribeiro considera que os resultados são “bastantes promissores”. “Esta tecnologia é capaz de remover os metais pesados em várias matrizes sólidas [desde os solos até às lamas de depuração, provenientes de estações de tratamento de águas residuais] e apresenta comportamentos muito interessantes quando aplicada em matrizes com diferentes metais”, esclarece.


Além disso, André Ribeiro enaltece a importância que o mecansimo tem para a economia circular, já que “a utilização de barreiras reactivas como adsorvente permite a valorização de resíduos, com a reutilização de matérias primas secundárias”.

Segundo um estudo patenteado pela Comissão Europeia, em 2014, havia cerca de um milhão de locais potencialmente contaminados no continente, dois mil dos quais em Portugal, com materiais como cobre, crómio, chumbo, níquel, zinco, mercúrio ou cádimo, que, em elevada quantidade, podem provocar vários tipos de cancro.

Atendendo a esta dimensão, o investigador do CVR desafia as empresas “a contribuírem para que a aplicação da tecnologia atinja uma escala considerável”, destacando o seu “baixo custo”. “A ElectroKinBarrier Solution pode ser aplicada para o tratamento de solos contaminados, portanto tem um espectro nacional e internacional”, refere.

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Tiago Barquinha
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