Maçã porta-da-loja foi o tema de abertura das “Conversas na Praça”

Recuperar a quase perdida tradição da ‘Maçã porta-da-loja’ foi o mote para a primeira sessão do ciclo de ‘Conversas na Praça’ que decorreu esta quarta-feira no mercado municipal.
Os diferentes intervenientes da sessão destacaram a necessidade de promover a iguaria e, assim, contribuir para a valorização não só da tradição como do produto.
A quase perdida tradição da noite de Natal consiste em assar a maçã porta-da-loja no borralho e regá-la com vinho verde. O professor universitário Raul Rodrigues explica que na noite de consoada “era obrigatória a presença da maçã porta-da-loja”. “Não é conhecida a origem da tradição, mas ainda hoje há pessoas que a cumprem”, refere.
Além da importância da tradição o também especialista em cultivares regionais de espécies fruteiras destaca este tipo de maçã como algo único e de elevado interesse regional: “Pode haver muitas maçãs, até melhores, mas com este aroma e sabor tão caraterístico não há”.
Também presente na sessão, o historiador Eduardo Pires de Oliveira acredita ser possível recuperar a tradição, apontando o estudo e a recolha de dados como o ponto de partida desse processo: “As tradições perdem-se e para serem reavivadas são precisos historiadores e investigação, sobretudo junto das pessoas”.
O presidente da Câmara Ricardo Rio que também marcou presença na iniciativa realça o trabalho de cooperação entre as diferentes entidades na promoção do produto. O autarca refere que “é necessário valorizar a maçã porta-da-loja tanto a nível cultural como económico”.
* escrito por Paulo Gabriel Souto
