Residências. Reitor elogia investimento privado mas pede também intervenção do Estado

O reitor da Universidade do Minho vê com “bons olhos” a construção de residências universitárias privadas. No entanto, não esconde que era “preferível uma solução que passasse por um investimento efectivo do Estado português”.

Tanto o presidente da Câmara Municipal de Braga, como o de Guimarães, abordaram esta semana a possibilidade de serem erigidos dois espaços destinados ao alojamento estudantil através de fundos privados. Em declarações à RUM, Rui Vieira de Castro coloca a tónica na “carência de alojamento para os alunos”, situação que qualifica como “crítica”. Posto isto, considera positivo o aparecimento de projectos que “ajudem a debelar o problema”.


No caso de Braga, o objectivo da construtora Britalar passa por aproveitar um edifício devoluto situado em Santa Tecla, disponibilizando 170 camas. Sobre essa matéria, o reitor refere que ainda não conhece o projecto em causa. Em Guimarães, a residência vai ficar localizada a menos de um quilómetro do campus de Azurém da Universidade do Minho, mais concretamente nas antigas instalações da fábrica Gabelex, na rua dos Mártires. 

O investimento de 15 milhões de euros vai traduzir-se em 632 camas. Olhando para o plano já apresentado, o reitor da academia minhota fala de “um projecto inovador, no sentido em que agrega um conjunto de valências associadas a residências propriamente ditas, nomeadamente no suporte à actividade dos estudantes”. 


“Do ponto de vista arquitectónico, também me parece um edifício particularmente interessante, que aproveita as instalações de uma antiga fabrica”, acrescenta. A Câmara Municipal de Guimarães aponta o Outono de 2022 como o prazo para a conclusão da obra. A concretizar-se, seria “uma boa notícia”, segundo o reitor. 


A acompanhar a construção das residências, Rui Vieira de Castro espera quem sejam encontradas “soluções que, de alguma forma, sejam acessíveis para os estudantes”. Lembrando que a Universidade do Minho tem “um número muito signficativo de alunos bolseiros, ou seja, provenientes de estratos com maiores dificuldades”, refere que, se “os preços forem muito exigentes, não vão contribuir para uma alteração qualitativa da situação”.


Conversão da antiga escola de Santa Luzia. “É bastante imprevisível avançar com alguma data”

À margem do investimento privado, a Universidade do Minho espera contar o mais depressa possível com mais residências universitárias de carácter público. Um dos espaços sinalizados no Plano Nacional para o Alojamento no Ensino Superior é o da antiga escola de Santa Luzia, em Guimarães. 


O ministro Manuel Heitor disse em Setembro que esperava ver o projecto concluído até ao final do ano para que a obra começasse em 2021. Passados três meses, o reitor esclarece que “ainda não existe nada de conclusivo”.


Rui Vieira de Castro adianta que houve “uma reactivação do dossiê, sobretudo com o regresso à discussão sobre o modelo de financiamento de construção da residência”, mas lamenta que “ainda se esteja longe de encontrar soluções, designadamente em termos do projecto, o que torna bastante imprevisível avançar com alguma data”.

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Tiago Barquinha
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