Construção civil, agricultura e saúde são setores onde Portugal deve investir, diz economista
A construção civil, a agricultura e a saúde são os setores para os quais o país deve direcionar investimento nos próximos dois, três anos, diz o economista e professor na Universidade do Minho João Cerejeira.
Na análise ao recuo de 7,6% do PIB nacional em 2020, e que para muito contribuiu o abrandamento da atividade turística e do consumo interno, João Cerejeira explica que “o investimento foi o que caiu menos” e em três áreas.
“Houve uma recuperação do investimento no setor do imobiliário, da construção civil, e é de esperar que, caso os preços das casas se mantenham, esse investimento se continue a verificar”, começa por dizer, acrescentando os setores da saúde e do agroalimentar.
“Tem havido crescimento de preços nos produtos alimentares e é de esperar maior investimento na tecnologia do setor agrícola e da transformação alimentar. Na saúde é também de esperar que haja maior investimento, quer público quer privado”, refere.
O economista entende que os índices do turismo em Portugal verificados antes da pandemia só devem regressar “daqui a dois ou três anos” e está dependente da “eficácia dos planos de vacinação”. João Cerejeira perspetiva, por isso, que “a atividade económica terá de se redirecionar para outras áreas”.
O INE indicou hoje que o PIB nacional em 2020 foi de 7,6%, indicador que João Cerejeira aponta ser o mais baixo desde “a II Guerra Mundial”.
Ainda assim, o economista recorda que o valor é inferior às previsões nacionais e internacionais, que apontavam para mais de 8%. A previsão foi inferior porque no último semestre do último ano “houve alguma retoma da atividade turística, no verão, e do maior consumo das famílias no período natalício”.
