CITEVE e Bruxelas consideram desnecessário uso generalizado de FFP2

CITEVE e Centro Europeu de Controlo de Doenças estão alinhados quanto ao uso generalizado de máscaras FFP2. O director-geral do Centro Tecnológico das Indústrias Têxtil e do Vestuário de Portugal (CITEVE) defende que as máscaras FFP2 “são muito seguras” ao nível da filtração, mas comportam “um conjunto de características no que diz respeito para a respiribilidade e volume de ar que fica entre a máscara e a cara, que pode levar à acumulação de CO2″. 

Em entrevista à RUM, Braz Costa explicou que estas máscaras são “desenvolvidas para trabalhadores em ambientes com partículas muito finas, mas parautilizações curtas, não para serem utilizadas durante o dia todo”.

“Não podem ser vistas como alternativa às máscaras comunitárias ou sociais”, acrescentou.

Esta quarta-feira, também o Centro Europeu de Controlo de Doenças (ECDC) “não apoia o uso de máscaras de proteção FFP2” contra a covid-19 pelo grande público, com base nos dados científicos de que dispõe atualmente, revelou hoje a Comissão Europeia.

Braz Costa acrescenta que “há soluções têxteis” para o caso de “as autoridades de saúde chegarem à conclusão de que é necessário um nível superior de proteção”. O Citeve, que é uma entidade certificadora de máscaras, “já em Março desenvolveu um sistema de máscaras sociais que tem dois níveis: um nível de utilização comum e máscaras de nível dois, que foram desenvolvidas para profissionais em contacto com o público, com um nível de proteção muito próximo, já que uma máscara FFP1 tem um nivel de filtração de 80%, uma comunitária de nível 2 90% e a cirúrgica 95%”. “A máscara comunitária deve ser utilizada sempre no contexto de afastamento social”, alertou. 

“Para já, Centro Europeu de Controlo de Doenças não apoia o uso de máscara FFP2 pela comunidade”


Para o director-geral do Citeve, os países que estão a equacionar o uso obrigatório das FFP2 “foram relativamente descuidados” em relação à regulamentação e ao controlo de qualidade das máscaras comunitárias.

“Há países onde a utilização de FFP2 obriga a que haja paragens. Os profissionais usam durante duas horas e depois têm que tirar essa máscara e utilizar uma máscara com maior respirabilidade e só depois votam às FFP2”, referiu ainda Braz Costa.

O responsável pelo CITEVE considera ainda que o facto de alguns Estados-membros da UE tornarem obrigatória a utilização de máscaras cirúrgicas ou FFP2 em locais como transportes públicos e lojas, proibindo as máscaras comunitárias, fabricadas de forma artesanal, “gerou uma certa onda desinformada que pode incorrer em alguns riscos”.

Durante uma conferência de imprensa em Bruxelas, esta quarta-feira, a comissária europeia da Saúde, Stella Kyriakides, sublinhou que o importante é “continuar a encorajar todas as pessoas a usarem máscara, a usarem-na corretamente, e a manter o distanciamento social”.

“Mas, para já, o ECDC não apoia o uso de máscara FFP2 pela comunidade” em geral, reforçou.

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Liliana Oliveira
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