“Continuamos a ter como objetivo combater a pandemia e ajudar os munícipes”

“Um ano de reinvenção, de aprendizagem e de muita colaboração”. É assim que a vice-presidente do município de Guimarães, Adelina Paula Pinto, olha para trás. Os municípios foram desafiados a pensar soluções inovadoras e a colocar de lado as suas atividades habituais. A Câmara Municipal de Guimarães, garante, está focada num “único objetivo: combater a pandemia e ajudar os munícipes em todos os problemas associados, deixando de lado as preocupações” habituais das autarquias.
Estima-se que o município de Guimarães tenha investido até aqui “bastante mais de dois milhões de euros”. “Os números chegam de vários sítios e acho que não teremos tão cedo estes números porque o crucial agora não é fazer essas contas”, admite. Os apoios abrangem educação, proteção civil, parcerias com hospital, centros de saúde, testes, refeições, etc.
“Percebemos que muitas refeições entregues em casa aos alunos, eram as únicas naquelas casas”
Segundo Adelina Paula Pinto, os pedidos de ajuda de famílias carenciadas estão a aumentar.
“Com a entrega de refeições em casa aos alunos temos vindo a sentir uma maior pressão e solicitação por parte das famílias. No início eram poucas refeições, mas ao longo destas semanas temos a perceção de que as refeições que são entregues as miúdos são as únicas que entram naquela casa e servem para os adultos. Logo que percebemos tentamos dar resposta para entregar mais comida”, explica.
Necessidades de acompanhamento psicológico já se sentem
As solicitações de apoio psicológico também começam a ganhar terreno. Segundo a vice-presidente, em Guimarães está a aumentar o número de solicitações de apoio psicológico com “situações de grande complexidade”, por força da pandemia, e por questões novas como o desemprego.
A autarquia vimaranense está a levar a cabo um rastreio de saúde mental a crianças dos três aos seis anos e, segundo a autarca, “há um número substantivo em que já se notam fragilidades” e que por essa razão foram encaminhados para uma segunda avaliação.
Comércio local atravessa grandes dificuldades. Têxtil adaptou-se.
Tal como nas restantes autarquias, o comércio mais tradicional está a ser o mais afetado, seguido da restauração. Já o têxtil, reaptou-se “muito bem” com muitas empresas que foram arranjando novos mercados.
“Se não houvesse essa alternativa das máscaras teríamos um panorama mais complicado dado o número de empresas têxteis que temos”, analisa.
Outubro e novembro foram os meses mais difíceis da pandemia em Guimarães
Adelina Paula Pinto recorda alturas “muito complicadas”, sobretudo entre outubro e novembro “com famílias inteiras infetadas” e muitas dificuldades no acompanhamento, com destaque para pessoas completamente isoladas.
As equipas multidisciplinares foram determinantes em tempos “muito difíceis” e incomparáveis aos dias de hoje em Guimarães com registo de nove a dez casos diários, segundo a atualização feita pela responsável.
Vice-presidente dá nota positiva ao governo
A vice-presidente da câmara de Guimarães discorda das críticas que têm sido apontadas ao governo e compara com a atuação das próprias autarquias.
“É muito fácil depois do batizado feito haver padrinhos. As autarquias não estiveram a 100% em todas as medidas que tomaram. Tentamos, tal como governo, as melhores soluções. São muitas coisas em cima da mesa para tomar decisões e num tempo que não é possível refletir”, salienta. “Acho que o governo esteve muito bem na primeira fase, esteve mais complicado na segunda porque tivemos todos. Estamos cansados e as pessoas aceitam menos”, continua.
Guimarães vai desconfinar com cautela
A autarca vimaranense sublinha que tem sido difícil e lembra que tudo será gradual, mas é precoce falar em atividades culturais de maior dimensão.
Reconhecendo que depois de um ano fechados em casa a ansiedade “é muita”, Guimarães continuará com uma animação “contida”, por enquanto. “O desconfinamento tem que ser gradual e temos todos de ter consciência disso”, remata.
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