CMB transfere 1,1ME para TUB e evita despedimentos em ano de queda

O presidente da Câmara Municipal de Braga (CMB) garante que a autarquia não teve outra solução se não aprovar a transferência de mais de um milhão e cem mil euros para garantir o funcionamento normal dos Transportes Urbanos de Braga (TUB) e evitar despedimentos. Esta segunda-feira, o executivo foi acusado pela vereação socialista, pela voz de Artur Feio, de não saber gerir e antecipar os problemas financeiros que surgiriam fruto da pandemia.
“A forma que os senhores encontraram para gerir todo este problema é injetar capital. Não houve nenhum plano de contingência especial”, começou por dizer. Recordando que “os vereadores do PS demonstraram desde a primeira hora preocupação relativamente ao impacto que a pandemia teria na empresa”, o vereador socialista aproveitou para lançar críticas relativamente aos números e expetativas que a coligação criou sobre a empresa municipal. “Uma empresa que por muito que vocês tentem vender a ideia de crescimento, cresceu muito abaixo da expetativa relativamente aos números que os senhores apresentaram há uns anos”, continuou, referindo-se a anos anteriores à pandemia.
Na resposta às críticas de Artur Feio, Ricardo Rio reafirmou que a Transportes Urbanos de Braga foi a empresa municipal que mais cresceu no país nos últimos seis anos e esclareceu que só com a injeção de capital foi possível salvar postos de trabalho e garantir o serviço prestado aos bracarenses.
“Os TUB têm um serviço de tranporte que está assegurado de uma forma regular, tem uma estrutura de custos perfeitamente consolidada e a única forma de reduzir essa estrutura de custos era durante o último ano colocar os trabalhadores em lay-off, despedir trabalhadores. Isso para nós não é um plano de contingência, não é a nossa maneira de gerir a empresa. Portanto, quando aqui se vem dizer que atempadamente se devia preparar uma evolução, a única hipótese era acionar esse mecanismo”, respondeu.
Depois de uma trajetória de crescimento ao longo de seis anos e resultados positivos consecutivos, desde 2020, por força da pandemia, a saúde financeira da empresa municipal foi gravemente afetada, assumiu ontem Sandra Cerqueira, da administração dos Transportes Urbanos de Braga.
“Passamos de mais de 12 milhões de passageiros para 6.9 milhões de passageiros transportados. Claramente que esta redução na procura se vai refletir na receita direta de venda de títulos. Estamos a falar de 38% de quebra de receita o que significa bem mais de 2 milhões de euros”, revelou.
