Hugo Pires apela à união dos socialistas para reconquistar CMB

Numa reunião da comissão política concelhia socialista, na noite da passada terça-feira, em Braga, Hugo Pires falou aos militantes onde se apresentou como candidato à Câmara Municipal de Braga.
Pires afirmou que “o tempo novo que a direita e Ricardo Rio prometeram em 2013 nunca chegou a existir” e assegurou que vai apelar ao atual presidente para que não venda a Fábrica Confiança “ou, se essa for a sua vontade, então que a coloque no seu programa eleitoral”. Afirma que “se o PS ganhar as próximas eleições, a Fabrica Confiança não será vendida”.
Hugo Pires, que começou com responsabilidades políticas enquanto vereador na gestão socialista de Mesquita Machado, que em 2013 assumiu o papel de vereador da oposição e que desde 2015 é deputado na Assembleia da República, sustenta que “é preciso virar a página e projetar Braga para o futuro”. Refere que o PS quer “um concelho que não se fique apenas pela mera vontade de liderar o Minho”, mas sim “que Braga seja a plataforma de desenvolvimento de toda a Região Norte, algo que só será possível com “um PS forte”.
Defendendo que o Partido Socialista “tem dentro e fora uma massa invencível, um eleitorado de todas as idades e de todas as classes”, Hugo Pires disse aos socialistas presentes, que é “um homem do partido” que já percorreu quase todas as estruturas do PS e que o sabe valorizar.
Admitindo algum distanciamento nos últimos tempos, e assumindo até “divergências”, explicou que este caminho não se faz sem as pessoas, e desafiou por isso o PS para um “projeto agregador, de todos e com todos”, incluindo Artur Feio, atual presidente da concelhia e vereador”. Disse mesmo que conta com ele “nos primeiros lugares da lista à câmara”.
Hugo Pires admite que esta candidatura à CMB “é o assumir de todos os riscos, de todos os desafios que este tempo de pandemia, de populismo e de maledicência nos oferecem”, finalizando a sua mensagem dizendo que sabe ao que vai “sem nunca perder o sentido da missão: ganhar”.
As críticas à gestão de Ricardo Rio e as promessas por cumprir da coligação Juntos por Braga
O socialista anotou uma série de promessas que ficaram por cumprir desde que Ricardo Rio assumiu a gestão camarária. Referiu-se ao fundo para a regeneração urbana e habitação a preços acessíveis, notando que “ficou na gaveta”, acusou a coligação de direita de não requalificar as margens do Cávado e de não tirar do papel o Parque Eco Monumental das 7 Fontes. Lembrou que a obra do Parque do Monte Picoto “não está concluída” e que afinal a gestão de Ricardo Rio “não encontrou nenhuma solução para o Nó de Infias e para o problema de mobilidade da zona Norte da cidade”. Criticou a necessidade de intervenção urgente em “muitos arruamentos e estradas”.
À semelhança do que Artur Feio tem feito sistematicamente, Hugo Pires disse que “nunca mais se ouviu falar do contrato de gestão delegada entre a Câmara e a Agere, “um documento de contornos muito duvidosos, prejudicando o erário público”.
Na lista de promessas por cumprir da coligação de direita, Hugo Pires coloca ainda os parques verdes, o plano de arborização e mais jardins, referindo que “são uma miragem” já que se assiste “é ao corte de árvores por toda a cidade”.
Pires declarou que “começa também a existir défice democrático e lápis azul” e acusou Ricardo Rio de “dar ralhetes” nas redes sociais aos que dele discordam. Denunciou ainda os cerca de 1ME que o município “gasta em propaganda, publicidade em jornais, salários e outro tipo de aquisições de comunicação”.
Já sobre o último anuário financeiro, refere que no mesmo “Braga está em segundo lugar a contar do fim, como um dos municípios que está em piores condições financeiras e que mais tarde paga aos seus fornecedores”, avançando que o município de Braga é hoje “uma instituição sem liderança, pueril, em que a única coisa que importa a Ricardo Rio é a sua promoção pessoal, eventualmente a pensar já no próximo lugar que irá ocupar quando sair de presidente de câmara”.
Na noite de terça-feira, a reunião extraordinária teve como objetivo esclarecer as informações adiantadas pelo PS nacional que já indicou preferência por Hugo Pires na corrida à CMB, sustentando a sua posição nos resultados de um estudo de opinião realizado junto dos bracarenses.
Depois de ouvidas as primeiras impressões dos militantes presentes, deverá surgir entretanto uma nova reunião deliberativa. Artur Feio, presidente da comissão política concelhia, que se manifestou disponível para ser candidato, disse à RUM que se tratou de um encontro cordial e que as conversações estão em curso, não tecendo mais comentários sobre o assunto.
