UMinho no bom caminho para dar resposta eficaz a lesões medulares

Uma equipa de investigadores do Instituto de Investigação para as Ciências da Vida e da Saúde da Escola de Medicina da Universidade do Minho está a desenvolver uma potencial terapia para a regeneração de lesões medulares.

Este trabalho tem vindo a ser desenvolvido desde 2008 e, pelo caminho, já arrecadou cerca de 2 milhões de euros em financiamento, nomeadamente, por parte da FCT – Fundação para a Ciência e Tecnologia, Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e, por duas vezes, a equipa liderada por António Salgado e Nuno Silva foi galardoada com o Prémio Santa Casa Neurociências – Melo e Castro.


Em entrevista ao UMinho I&D o coordenador do estudo, o investigador António Salgado, explicou que apesar deste ser um tema de grande importância, esta era uma área pouco estudada por grupos quer em Portugal como na Europa. No ICVS, esta é uma problemática que está a ser desenvolvida com “estratégias multidisciplinares”.

A equipa da Universidade do Minho fez uma descoberta “inovadora”, que está relacionada com o potencial das células estaminais nas lesões da medula.

“A nossa equipa descobriu que as células estaminais têm uma grande capacidade de produção de fatores tróficos”, afirma. De uma forma mais simples, o investigador optou por fazer alusão a uma conversa. “Nós (humanos) comunicamos através de palavras, as células utilizam sinais que mandam para fora delas próprias. O que reparamos foi que se isolarmos esses fatores, as palavras que as células utilizam para comunicar entre si, conseguimos induzir processos de reparação”, esclarece.

Nos próximos cinco a sete anos, a equipa pretende avançar para testes em animais de grande porte, como porcos, ou mesmo para testes clínico veterinários, visto que este não é um problema que afeta apenas o “Homem”. Vários animais de estimação são, por exemplo, atropelados e podem ficar com lesões na espinal medula.

Atualmente, depois de ensaios pré-clínicos em ratos e ratinhos a equipa está a “analisar os resultados“ obtidos.

O objetivo passa por desenvolver um fármaco, que está ao cargo do investigador Nuno Silva, e outras “estratégias menos invasivas e de administração rápida” com recurso às células estaminais, de modo a “conseguir tratar todos os processos inflamatórios provocados por esta lesão nas primeiras 12 a 24 horas”. No entanto, o ICVS também está a estudar a possibilidade de injetar hidrogéis, que no seu interior contêm células estaminais, nas zonas de lesão da medula, para assim induzir os processos de reparação.

Estas terapias serão, a longo prazo, direcionadas para as regiões cervicais, torácicas e lombares.

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Vanessa Batista
Vanessa Batista

Jornalista na RUM

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Carolina Damas
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