Bruxelas junta 300 empresas de 25 países para acelerar fabrico de vacinas

A Comissão Europeia promove, entre hoje e quarta-feira, o primeiro evento pan-europeu de parceria com mais de 300 empresas participantes de 25 Estados-membros para expandir as capacidades de produção de vacinas contra a covid-19 na União Europeia.
Em comunicado, o executivo comunitário explica que o evento de `matchmaking`, realizado à distância, visa “acelerar as ligações entre produtores de vacinas e empresas de serviços, tais como organizações de desenvolvimento e de fabrico, produção de materiais e de acabamentos, fabricantes de equipamento e outros, com vista a melhorar o planeamento da produção atual e futura de vacinas na Europa”.
Ao mesmo tempo, a ocasião tem o intuito de “resolver os estrangulamentos na produção e na cadeia de abastecimento”, acrescenta a instituição.
Citada pela nota, a vice-presidente da Comissão Europeia com a pasta digital e da concorrência, Margrethe Vestager, observa que “o número e a variedade de participantes no evento de `matchmaking` mostra a importância de ter uma indústria farmacêutica vibrante e competitiva na UE”, numa alusão à participação de mais de 300 empresas de 25 países.
“A cooperação para combinar recursos complementares e aumentar a capacidade de vacinação pode ser decisiva para acelerar a vacinação dos cidadãos europeus e ultrapassar o surto”, assinala Margrethe Vestager, adiantando que, por essa razão, a Comissão Europeia “emitiu uma carta de alívio das regras anticoncorrenciais que facilita a criação de parcerias entre empresas, ao mesmo tempo que protege a concorrência leal”.
Bruxelas confia que calendário do plano de recuperação será cumprido
A Comissão Europeia manifestou-se hoje confiante de que o calendário de execução do plano de recuperação acordado pelos 27 para superar a crise da covid-19 não será comprometido pela suspensão da sua ratificação na Alemanha, decidida pelo Tribunal Constitucional.
Na passada sexta-feira, no mesmo dia em que o parlamento alemão, o Bundestag, aprovou a decisão de recursos próprios – que permite à Comissão ir aos mercados emitir dívida comum para angariar os 750 mil milhões de euros que financiarão o Fundo de Recuperação -, o Tribunal Constitucional alemão proibiu o Presidente, Frank-Walter Steinmeier, de assinar a lei que ratifica o Fundo de Recuperação até que os juízes se pronunciem sobre um recurso apresentado por um grupo ‘animado’ pelo partido de extrema-direita Alternativa pela Alemanha (AfD), a questionar a sua constitucionalidade.
Na conferência de imprensa diária de hoje do executivo comunitário, o porta-voz com a pasta do Orçamento assegurou que “a Comissão está convencida de que a legalidade da decisão sobre os recursos próprios está em ordem” e nota também que “a validade da decisão sobre recursos próprios não foi colocada em causa pelo Tribunal Constitucional”.
Reiterando que “é crucial que a decisão dos recursos próprios seja rapidamente aprovada por todos os Estados-membros” e notando que “16 países já completaram este processo”, o porta-voz Balazs Ujvari acrescentou que “a Comissão crê que o Tribunal Constitucional decidirá rapidamente” e, como tal, acredita que o calendário previsto para que o Fundo de Recuperação chegue ao terreno, com os primeiros desembolsos a terem lugar em julho, será cumprido.
“Continuamos confiantes, nesta fase, de que o calendário para angariar o dinheiro [nos mercados] e para os desembolsos não será afetado”, disse por seu lado a porta-voz Dana Spinant, que dirigiu a conferência de imprensa.
RTP
