Cercigui quer alargar capacidade dos lares residenciais

Alargar a capacidade dos lares residenciais é um dos vários objetivos da Cercigui. É uma das várias valências com lista de espera. Apesar de dois edifícios dedicados a pessoas com deficiência em idade mais avançada, a diretora geral da Cercigui, Clara Castro, reconheceu, em entrevista à RUM na noite de ontem, que é preciso investir ainda mais na capacidade dos lares residenciais.
Com um lar residencial em Rendufe e outro em São João de Ponte, a responsável assume que a lista de espera “é muito grande” daí a perspetiva de “expandir as respostas”.
Clara Castro lembra que a esperança média de vida cada vez mais avançada da pessoa com deficiência significa também que são cada vez mais “as famílias mais velhas a tomar conta de adultos, também eles com idade muito avançada”, daí que considere que “a resposta do lar residencial será muito procurada num futuro próximo”.
Além desta valência determinante, a Cercigui, erguida em 1977, apresenta um conjunto alargado de equipamentos e serviços que abrange atualmente mais de 450 pessoas, de Guimarães, mas também de outros concelhos vizinhos. Entre as respostas sociais são dois os centros de atividade ocupacional, agora ‘CACI’, um no centro da cidade e outro em Ponte. Nas instalações da sede funcionam ainda o centro de reabilitação e formação profissional, assim como um centro de recursos local, certificado pelo IEFP e que apoia concelhos como Braga, Amares, Vila Verde e Terras de Bouro. Aqui são validadas as competências para o trabalho.
Já o Centro de Recursos para Inclusão é composto pela equipa técnica que apoia todos os agrupamentos de escolas de Guimarães e Vizela.
Recentemente foi lançado, em conjunto com o município de Guimarães, o projeto ‘I9 com a Diferença’, um projeto de inovação social que “procura chegar às pessoas que os restantes projetos não conseguem abranger”.
Um projeto “planeado de forma antecipada” porque a rede social do município “identificou pessoas em isolamento social, quer por questões ligadas a saúde mental, quer por questões ligadas a algum tipo de incapacidade, e que não têm nenhuma resposta social a que possam recorrer”, esclarece a responsável.
“Estão numa zona onde não é possível enquadrá-los em nenhuma resposta e o projeto visa, precisamente, chamar essas pessoas, dar-lhes algum apoio terapêutico e ocupacional que lhes permita reorientar o seu modelo de vida”, acrescenta.
A ideia passa por adquirir competências e sensibilizar as empresas “para que se aceite um tipo de trabalho que não é tão habitual, de segunda a sexta feira com horário completo”. “Algumas destas pessoas têm competências para trabalhar, mas não conseguem fazê-lo ao longo das 35 horas por semana, portanto, tem que se arranjar uma solução mais intermédia”, continua. O I9 com a diferença nasceu durante a pandemia, o que limita o trabalho com as empresas, “mas a ideia é crescer até 2022”, segundo aquela responsável.
No Centro de Reabilitação e Formação Profissional, com oficinas diversas no edifício sede, os jovens são preparados para o mercado de trabalho. Até à pandemia, o índice de integração no mercado de trabalho rondava os 70%.
Nos centros de atividades ocupacionais, o trabalho desenvolvido visa promover a autonomia da pessoa com deficiência. Em Guimarães, os dois centros promovem também a envolvência na comunidade.
