Trotinetes em Braga. CMB assume necessidade de reforço da fiscalização

O aumento de utilizadores de trotinetes elétricas em Braga está a resultar num número considerável de equipamentos desta natureza ‘abandonados’ em qualquer ponto da cidade. Com o agravamento da situação nas últimas semanas há quem já exija a criação de um regulamento municipal. A ideia foi defendida no programa Praça do Município deste fim-de-semana, mas o vereador responsável pelo pelouro do espaço público em Braga responde, em declarações à RUM, que não há razão para isso, sublinhando que os protocolos assinados entre o município e as empresas prestadoras do serviço já comportam regras que devem ser respeitadas pelos privados e pelos utilizadores.

Desde abril, a cidade dos arcebispos conta cerca de 500 trotinetes partilhadas, número substancialmente superior ao de 2020. Este aumento exponencial tem resultado em mais trotinetes colocadas fora dos parques associados, “abandonadas” em pleno passeio, junto a passadeiras e até em lugares incomuns como o próprio rio Este.

No passado sábado, no programa Praça do Município, os comentadores sugeriram a criação de um regulamento municipal e apelaram a um reforço da fiscalização, nomeadamente por parte da Polícia Municipal. O assunto foi levantado por António Lima. O comentador denunciou diferentes situações de abandono de trotinetes,  “o que dá uma imagem muito má da cidade”. Face aos transtornos causados sugere uma revisão do regulamento. A mesma ideia é defendida por Jorge Cruz. O comentador avisa que “quanto mais tarde se tomarem medidas, pior”. 

“Truque para circular de trotinete sem pagar” terá motivado aumento de utilizadores

À semelhança dos restantes comentadores, João Granja denunciou situações de abandono de trotinetes assim como de incidentes na via pública por falta de respeito pelas regras de circulação.  O comentador defende uma atuação mais consistente da Polícia Municipal. “Vai ter que atuar e vai ter que haver disciplina, eventualmente até umas multas”, sugere. 

João Granja revelou ainda que o aumento do número de utilizadores em Braga estará relacionada com o facto alguns jovens terem encontrado uma forma de contornar o sistema e utilizar as trotinetes sem qualquer pagamento, situação que a empresa Bolt estará a tentar gerir “com alguma dificuldade”. A RUM questionou o vereador João Rodrigues que disse desconhecer situação.

“Os protocolos são rígidos, mas a fiscalização será reforçada”, garante vereador João Rodrigues

Ouvido pela RUM, o vereador com o pelouro da gestão do espaço público, João Rodrigues, afirma que os protocolos com as empresas de trotinetes já comportam regras que devem ser respeitadas pelos utilizadores, recusando a ideia “redundante” de elaboração de um regulamento municipal. 

“As regras serão regras independentemente do mecanismo que o município utilize. Temos optado por estes protocolos com as empresas que pretendem prestar o serviço, têm sido iguais e já impomos uma série de regras”, começa por explicar. Na opinião do vereador, o regulamento municipal não faz sentido por força das alterações de utilização constantes ao longo destes anos. “Do ponto de vista da rigidez, Braga tem das regras mais rígidas acerca deste assunto e os protocolos têm sido aprovados por todas as forças políticas”, acrescentou.

O vereador admite, no entanto, que possa ser reforçada a fiscalização da própria Polícia Municipal assim como das restantes forças policiais. “As forças podem retirá-las e o custo será imputado às empresas prestadoras de serviço, mas não é razoável que uma trotinete estacionada e devidamente encostada, pelo simples facto de não estar nos espaços colocados para o efeito, se possa considerar que está abandonada”, argumenta. “Havendo mais pessoas a andar, há mais trotinetes, mais problemas. Este serviço traz vantagens à população e devemos ficar contentes por haver cada vez mais gente a utilizar este meio de transporte”, concluiu.