Fim do uso de máscara no final do verão é cenário “otimista mas viável”

António Costa já havia anunciado que o uso de máscara em território nacional deveria continuar a ser obrigatório até ao final do verão, momento em que se prevê a obtenção de imunidade de grupo. A meta é para o infecciologista Alexandre Carvalho “otimista, mas viável”. 

Esta quinta-feira, 13 de maio, os Estados Unidos levantaram a obrigatoriedade do uso de máscara a pessoas totalmente vacinadas, impondo algumas exceções, como a sua utilização em comboios e aviões, hubs de transportes ou zonas de circulação em locais como hospitais.

Por cá, o docente da Escola de Medicina da Universidade do Minho (EMUM) interpreta esta decisão americana como “um sinal de confiança no progresso que temos feito no combate à pandemia e também um voto de confiança na eficácia das vacinas”. “Não é, ainda, a liberdade total, mas é um primeiro grande passo nesse sentido”, afirmou. 

Ainda assim, esclareceu, “temos que aprender a conviver com o vírus”, uma vez que este não irá desaparecer, mas, devido à vacina, provocará “menos casos e menos graves”, tornando, assim, “tolerável o regresso progressivo à normalidade”.

Apesar do fim da obrigatoriedade do uso de máscara poder acontecer no final do verão, Alexandre Carvalho antevê dois cenários: “pessoas que, depois de mais de um ano de uso de máscara contínuo, não se vão sentir à vontade para de repente deixar de usar” e “pessoas que voltarão rapidamente ao não uso de máscara”. 


Todas as decisões dependem, neste momento, da vacinação. “A maior parte tem aderido sem grandes questões, porque são pessoas de risco ou idosas, mas quando chegarmos aos mais jovens, nas faixas etárias entre os 20 e os 40 anos, vai haver uma adesão menor à vacinação”, disse à RUM o médico.

“Ainda que a vacina não proteja da infeção, mas sim da sua gravidade, as pessoas vacinadas podem, de forma menos intensa, transmitir o vírus na mesma. Terá que haver algum cuidado entre pessoas vacinadas e não vacinadas. Se a maioria tiver vacinada, o vírus tem dificuldade em encontrar hospedeiros e fazer cadeias de transmissão“, finalizou.


Esta sexta-feira, também a Organização Mundial de Saúde alertou que a dispensa do uso de máscara só deve ser equacionada quando se verificar uma boa cobertura de vacinação contra a covid-19 e uma reduzida transmissão do vírus SARS-CoV-2. “Os países deverão levar em consideração a cobertura de vacinas e a taxa de incidência local [do vírus que provoca a covid-19] antes de decidirem retirar estas medidas”, afirmou Michael Ryan, diretor do programa de emergências da OMS, em conferência de imprensa.

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Liliana Oliveira
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