O teatro de câmara e a psicanálise de Strindberg nas novas criações da CTB

Sob a psicanálise e o teatro de câmara de August Strindberg, a Companhia de Teatro de Braga (CTB) estreia uma peça dupla esta sexta-feira no Museu dos Biscainhos.

A companhia teatral vai interpretar as obras “A Mais Forte” e “Pária” escritas no século XIX pelo dramaturgo sueco e que incorporam a forma do teatro de câmara, a qual apresenta elencos reduzidos em locais de atuação limitados.


Nos Biscainhos, as duas peças decorrem no piso inferior: a primeira, “A Mais Forte”, tem lugar na cozinha e coloca em cena três personagens – interpretadas pelas atrizes Solange Sá, Eduarda Filipa e Yeliz Balim -, e a segunda, “Pária”, acontece junto à sala das cavalariças com duas personagens – interpretadas pelos atores André Laires e Rogério Boane.


À RUM, o diretor da CTB e encenador da peça dupla, Rui Madeira, explica que os dois textos enquadram-se no “universo strindberguiano, focado na novidade do teatro europeu da época, da rutura com o naturalismo e na busca de novas formas de fazer e escrever teatro”.


A aproximação de Strindberg à realidade, espelhada pelo teatro de câmara, ocorre também, recorda Rui Madeira, “num tempo em que surge a psicanálise” onde o artista sueco procurava as influências de Sigmund Freud, Lou Andreas-Salomé, Friedrich Nietzsche ou Henrik Ibsen.

Sobre “A Mais Forte”, o diretor da CTB explica que o texto “é considerado o grande monólogo do teatro universal” onde uma das personagens mudas “é projeção do eu, um alter ego” onde se coloca frente a frente “a luta pela liberdade da mulher e a opressão da sociedade”. Na segunda peça “Pária”, Strindberg explora “a justiça e a lei” e na qual, uma vez mais, “as personagens projetam-se entre si”.


As duas peças são apresentadas em espaços limitados, despojados de adereços, para tornar fiel o teatro de câmara pedido por Strindberg. Como encenador, Rui Madeira diz que a limitação física “não limita” o seu papel, considerando, porém, que “a música das palavras e das ideias é mais jogada porque o espetador não se confronta com o todo e está mais atento ao pormenor”.


A peça dupla da CTB estará no Museu dos Biscainhos a partir de sexta-feira, dia 21, e nos dias 22, 25, 26, 27, 28 e 29 de maio. Estão em cena em conjunto, durante 50 minutos, sendo promovidas sessões às 19h e às 20h.

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Pedro Magalhães
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Abel Duarte
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