STOP acusa Ministério da Educação de “desumanizar” o ensino
O Sindicato de Todos os Professores (STOP) acusa o Ministério da Educação de estar a desumanizar o ensino.
A estrutura reuniu, esta quarta-feira, com a tutela sobre o “Plano 21/23 ESCOLA+, Plano de Recuperação de Aprendizagens” e, aos microfones da RUM, deixou várias críticas ao documento que caraterizam como “pouco realista” e “insuficiente”.
“Não há uma única referência (no plano) para inverter as condições de exaustão, desmotivação e envelhecimento dos profissionais de educação”, declara o coordenador nacional do STOP. Burnout e depressão são as patologias mais recorrentes que têm empurrados os docentes para casa. O STOP questionou a tutela em relação ao número de profissionais que se encontram de baixa ou entraram para a reforma, mas não obtiveram qualquer resposta.
O “Plano 21/23 ESCOLA+, Plano de Recuperação de Aprendizagens”, como o nome indica, pretende auxiliar os estudantes que, no último ano, viram a sua aprendizagem afetada pela pandemia de covid-19. Trata-se, contudo, de um plano que prioriza as tecnologias e instrumentos, em vez dos recursos humanos, ou seja, os professores partem para “esta batalha com um exército altamente debilitado”.
STOP apela à redução do número de alunos por turma.
É uma realidade que tem vindo a ser denunciada pelo STOP junto da tutela que, segundo o sindicalista, “desconhece” o dia-a-dia nas escolas portuguesas. Recorde-se que o sindicato denunciou a existência de professores com mais de 500 alunos por ano letivo, a Secretária de Estado Inês Ramirez, duvidou da veracidade da informação. Além disso, existem turmas com mais de 30 alunos o que “desumaniza” a profissão.
Na ótica do STOP, a redução para cerca de 20 alunos por turma, deve ser o caminho a seguir pelo Ministério da Educação. André Pestana sublinha ser fundamental a entrada nas escolas de “mais professores, psicólogos, terapeutas, assistentes operacionais e técnicos”.
Outro “tiro completamente ao lado” do Ministério, revela o sindicalista, está relacionado com a ambição de criar atividades de educação física conjuntas entre docentes, encarregados de educação e alunos. Isto quando esta classe é uma das mais envelhecidas da Europa.
O STOP alerta também para o facto de o Ministério da Educação não estar a saber antecipar a entrada na reforma de vários profissionais, o que irá resultar numa diminuição da qualidade do ensino, visto que a tutela vai recrutar “professores sem formação pedagógica”.
O sindicato está aberto a sugestões da parte dos profissionais da educação e não coloca de parte futuras ações de luta, visto que o Ministério da Educação não se mostrou recetivo às sugestões apresentadas pelo sindicato.
