Trabalhadores da Amtrol-Alfa iniciam greve de três horas por turno

Os trabalhadores da Amtrol-Alfa, em Guimarães, iniciaram esta segunda-feira uma greve de três horas por turno que se prolonga até à próxima quarta-feira.

Exigem melhores salários e acusam a administração de proceder a um aumento “residual” este ano, muito aquém das reivindicações, refugiando-se em orientações internacionais.

Do caderno reivindicativo entregue pelos trabalhadores à administração, nenhum pedido foi devidamente aceite, explicou à RUM João Cunha, dirigente do Site – Norte. De acordo com o sindicalista, o aumento salarial exigido rondava os 90 euros, mas a empresa “aumentou apenas 10 a 15 euros por trabalhador”. Os funcionários exigem ainda a redução do horário de trabalho, um aumento no número de dias de férias e melhorias no serviço de cantina “que deixa muito a desejar na qualidade e na quantidade”. 

Segundo João Cunha, a administração da empresa “não chega a acordo com a comissão de trabalhadores e não se senta com o sindicato”. “A tática que a empresa usa aqui é que não tem poderes para decidir o aumento que vão dar aos trabalhadores. A decisão vem de lá de fora”, explica.

Trabalhadores estão a perder poder de compra

Os trabalhadores estão cada vez mais descontentes até porque “estão a perder poder de compra”. “Por este andar vamos ficar apenas com o salário mínimo quando a Amtrol-Alfa sempre praticou salários acima do salário mínimo. Os trabalhadores têm que ganhar mais dinheiro porque as funções que têm devem ser mais valorizadas”, acrescenta o sindicalista.

O SITE-Norte estima uma adesão à greve mais significativa na próxima quarta-feira. “Vamos ter trezentos e muitos trabalhadores cá fora e acho que a empresa vai chegar à conclusão que vai ter que se chegar à frente porque os trabalhadores não vão parar”, avisa João Cunha.

A Amtrol-Alfa conta atualmente com mais de 750 trabalhadores. A empresa metalomecânica é a maior produtora europeia e a maior exportadora mundial de garrafas de gás.