Juntos por Guimarães pretende criar três parques industriais e eliminar taxa turística

A coligação Juntos por Guimarães quer colocar o município no top 10 dos concelhos do país com melhor média salarial, sendo que, em 2019, ocupava a 121ª posição, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística. A força política de direita apresentou esta segunda-feira, na sede da concelhia do PSD, um plano para a área do desenvolvimento económico.
De acordo com o cabeça de lista à câmara municipal, Bruno Fernandes, o objetivo principal que norteia a estratégia é voltar a tornar Guimarães na referência do Vale do Ave, a nível empresarial. Há dois anos, as exportações vimaranenses cifravam-se em 2,3% do total do país, atrás de concelhos vizinhos como Vila Nova de Famalicão ou Braga.
Posto isto, o candidato salienta a necessidade de se aumentarem os salários e de se caminhar para “uma taxa de desemprego insignificante”. “Só assim poderemos ter mais habitação e mais qualidade de vida para quem aqui se instala”, acrescenta.
Parques industriais e carga fiscal entre as principais preocupações
O plano delineado pela coligação PSD/CDS é assente em eixos como o apoio às empresas mais afetadas pela pandemia, o aumento da competividade e colocação de Guimarães no radar nacional e internacional do empreendedorismo e a promoção da diversificação da economia local e aproveitamento das indústrias tradicionais. A dinamização da inovação e do talento, a criação de infraestruturas, o desenvolvimento de uma relação estratégica com a academia e o relançamento do turismo são outras das matrizes do documento.
Uma das principais propostas é a criação de três parques industriais junto à autoestrada, em Serzedelo, Urgezes e numa área entre Brito e Vila Nova de Sande, considerando que o concelho “não tem oferta suficente” a esse nível.
Adicionalmente, Bruno Fernandes defende a requalificação dos parques de Pencelo e de São Torcato, visto que, no seu entender, estão em “mau estado”.
A fiscalidade é outra das preocupações da coligação Juntos por Guimarães em matéria de desenvolvimento económico. A lista pretende acabar com o pagamento da derrama por parte de empresas com volumes de negócios iguais ou inferiores a 250 mil euros, atualmente em 1%, e a “redução gradual” desse imposto para as restantes. Em contrapartida, enaltece o social-demorcata, as empresas devem comprometer-se a atingir determinados objetivos, como a criação de postos de trabalho e a distribuição de dividendos pelos trabalhadores.
Bruno Fernandes propõe ainda a isenção do Imposto Municipal sobre a Transmissão Onerosa de Imóveis (IMT) para investimento empresarial em “áreas prioritárias” e a eliminação da taxa turística porque, no seu entender, Guimarães “não tem dimensão que o justifique”.
O plano apresentado pela coligação Juntos por Guimarães, que tem um horizonte de dez anos – ainda que com olhos postos nas autárquicas – prevê “o suporte científico” por parte da academia. “Há aqui um potencial grande, através destes produtores de conhecimento. Queremos trazê-los à discussão e recolher o seu contributo”, assinala, dando os exemplos da Universidade do Minho e do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave.
