Candidaturas à CMB unidas contra a abstenção

Esta quinta-feira ao final da tarde, representantes de seis das oito candidaturas à Câmara Municipal de Braga sentaram-se à mesma mesa para apelar à participação do eleitorado bracarense, independentemente do sentido de voto. Há um desígnio comum das candidaturas da esquerda à direita: o combate à abstenção.

Antecipando um novo recorde da taxa de abstenção no concelho nas eleições autárquicas do próximo domingo, o movimento Contra a Indiferença voltou a insistir na mensagem que tem procurado passar desde que surgiu, em abril passado: “A abstenção nunca foi uma solução para nada na vida”. 

Apenas CDU e BE não marcaram presença na conferência de imprensa que decorreu ao final da tarde de quinta-feira no Café Vianna. Representantes do PAN, Livre, PSD, PS, Chega, Aliança e Iniciativa Liberal deixaram a sua opinião quanto às razões que levam os cidadãos a não votar nos atos eleitorais.

Antes disso, Paulo Sousa, mentor do movimento, reconheceu que “não se resolve em cinco meses um problema que já leva décadas em Portugal”, mas deixou um aviso “aos que criticam, mas que nada fazem”. “É urgente uma Nova Democracia para Portugal – com todos: com os partidos, com a sociedade civil, com as cidadãs e cidadãos, envolvidos na construção de um futuro que não destrua, que saiba honrar as conquistas que todos e todas se orgulham de terem sido conquistadas pelo país”, sublinhou.

Para este cidadão que procurou envolver partidos, sociedade civil, instituições e associações empresariais, os partidos em Braga “deram um sinal de maturidade e de compreensão perante o flagelo que é a indiferença das cidadãs e dos cidadãos”.

Três dos oito cabeças de lista à CMB surgiram mesmo na conferência de imprensa. Rafael Pinto, do PAN, reconheceu que os partidos são os culpados “principais”. O candidato afirma que “todo o sistema está feito para manter PS e PSD em alternância no poder” sendo, por isso, apologista de uma atitude que “mostre às pessoas que há outras opções, opções novas, que há pessoas em todos os partidos que estão efetivamente comprometidas com as causas e que estão a trabalhar para o bem comum e não no seu interesse pessoal”.

Teresa Mota, candidata do Livre partilha da opinião do seu opositor na corrida autárquica, acrescentando que “os concidadãos devem acompanhar o trabalho dos eleitos para além da situação de voto”. Já Olga Batista, do Iniciativa Liberal, aponta que “nenhum partido encaixa como uma luva na mão (do eleitor)”. (…)“Mas pelo menos haverá um partido com o qual vocês se identifiquem, que seja três dias e, então aí, exerçam o seu voto. E, se ainda assim não conseguirem identificar um partido, vão e votem em branco”, disse na mensagem que quis passar ao eleitorado de Braga.


João Granja, presidente da concelhia do PSD, defende que o trabalho iniciado pelo movimento cívico deve “ir além das eleições autárquicas”, sugerindo “ações mais envolventes e um investimento nos mais jovens que muitas vezes se revelam distantes destes valores”.

Contrariando a opinião da maioria dos presentes na conferência de imprensa, Adolfo Macedo, candidato independente que apoia o Partido Socialista nesta corrida autárquica, afirmou que o voto “é uma arma” mas que “só deve ser utilizada quando, de facto, faz uma diferença”. “Para quê votar quando as alternativas são iguais?”, questionou.

Filipe Melo, do Chega, admite que os índices de abstenção são “preocupantes” e sugere que a sensibilização para o voto aconteça “com a devida antecipação temporal”, não descartando a responsabilidade das autarquias e do governo nesta matéria.

Presente na conferência de imprensa esteve ainda Carlos Vaz, do Aliança que aponta aos atores políticos a responsabilidade pelas elevadas taxas de abtenção. “Cabe aos partidos combaterem isto. As pessoas já não estão para aturar este tipo de coisas”, avisa.

A única sondagem conhecida para as eleições autárquicas em Braga foi realizada pelo IPOM para o Diário do Minho e RUM, apontando para uma taxa de abstenção de 47,7%, dado que, a confirmar-se, significa um recorde histórico de abstenção numas eleições autárquicas no concelho.

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Elsa Moura
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Carolina Damas
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