“Para atrair e reter o talento é preciso pagar melhor”

Para atrair e manter o talento e, dessa forma, aumentar a competitividade das empresas, é preciso que os salários sejam mais atrativos. Esta é, pelo menos, a convicção do ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, que participou, esta quarta-feira, na Start Point Summit, que decorre na Universidade do Minho.

Manuel Heitor participou na sessão “Cidadãos do Futuro: Estamos no Caminho Certo?”, onde salientou a importância do emprego e das condições de empregabilidade para reter o talento nacional e internacional.

“Para atrair e reter o talento é preciso pagar melhor, aumentando os salários”. A base de apoio social, nomeadamente as bolsas de estudo, que não são prática comum em alguns países, têm que ser “alargadas” para “atrair talento não apenas para a formação, mas também para a continuidade”.

“A competição por recursos humanos qualificados é cada vez maior, como também a capacidade de atrair competências de todo o mundo”, referiu Heitor, apontando como arma ” para reter o talento, a garantia de condições de empregabilidade, que passam pelos salários”.

Quanto à oferta educativa, e o seu poder em atrair estudantes, o reitor da UMinho, Rui Vieira de Castro, diz que “a instituição tem que estar atenta às formas e níveis de receção da sua oferta educativa, mas não pode regular as suas decisões relativamente à configuração da oferta exclusivamente pela natureza da procura em determinados momentos”. “A Universidade tem que estar atenta às circunstâncias concretas do seu tempo, tendo uma perspetiva que escape a essas condicionanetes, mas não pode ignorar as tendências de procura da sua oferta eduactiva”, acrescentou.

Manuel Heitor, ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior participou, esta quarta-feira, na Start Point Summit, que prossegue esta quinta-feira, com a sessão “Criação de um produto: behind the scenes” e “O Próximo Passo da Tecnologia”, de manhã. À tarde decorre a apresentação dos Pitches Startup Your Point é às 17 horas tem início a sessão de Encerramento e Entrega de Prémios.

Manuel Heitor rejeita as críticas da Fenprof sobre estagnação do Ensino Superior


Manuel Heitor rejeita as críticas da Fenprof, que nega o aumento de 21% para o ensino superior, falando antes em estagnação. O secretário-geral da Federação Nacional dos Professores, Mário Nogueira, diz que o OE2022 prevê um aumento de 21,2%, para 3.124,8 milhões de euros, da dotação da despesa total consolidada para Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, mas o aumento real não é tão significativo, uma vez que o relatório compara o valor orçamentado para 2022 com as estimativas para 2021, falando antes em estagnação.

“Como o Ministério compara aquilo que inscreve para executar com aquilo que foi executado no ano anterior dá esse aumento, mas na prática, como nos anos passados, esses aumentos que são previstos não se realizam porque foi sempre executado muito menos do que estava inscrito e o ministro nunca o justificou”, explicou também Pedro Oliveira, do departamento do ensino superior da Fenprof.

Perante estes números, o dirigente sindical prefere falar numa tendência de estagnação e acrescenta: “Quando a estagnação é uma coisa que dura muitos anos, estamos a falar de agravamento de problemas”.

Esta terça-feira, na UMinho, Manuel Heitor, disse que os números “são claríssimos face à execução”.

“Na área do Ensino Superior há um compromisso claro, que foi concretizado mais uma vez, do aumento de 2% das dotações de todas as instituições, reforçou-se a ação social e houve um reforço do investimento público em Ciência, através da Fundação para a Ciência e Tecnologia, de 10% face à execução prevista para 2021. Não se pode confundir números orçamentados de fundos comunitários com números executados de fundos nacionais e comunitários”, explicou o ministro, em declarações à RTP.

A Fenprof criticou ainda o subfinanciamento das instituições de ensino superior, que as impede de contratar docentes em número necessário, o envelhecimento da classe docente e a precariedade na ciência que afeta sobretudo investigadores.

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Liliana Oliveira
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