“Mais que a pessoa certa, considero ser o programa e a equipa certa”

Rui Vieira de Castro quer criar a carreira de técnico superior de ciência. O candidato a reitor da UMinho defendeu, esta terça-feira, a sua candidatura ao cargo e o programa de ação que propõe para a instituição no próximo quadriénio. No total, são oito as agendas propostas, por uma equipa renovada e liderada por Vieira de Castro, que assume funções na direção da Universidade do Minho desde 2009, primeiro como vice-reitor e, nos últimos quatro anos, como reitor.
“É um programa muito exigente, mas exequível. Mais que a pessoa certa, considero ser o programa e a equipa certa”, referiu o candidato.
Rui Vieira de Castro quer continuar o caminho que traçou, nos últimos quatro anos, e diz beneficiar do conhecimento acumulado para os novos desafios que serão colocados à UMinho no futuro. O professor catedrático destacou o investimento em recusos humanos, sobretudo ao nível dos investigadores, que, nos últimos quatro anos, quintuplicaram.
Na agenda da “qualidade da investigação e inovação”, o professor reconhece a precariedade a que alguns investigadores estão sujeitos, adiantando que, em 2024 e 2025, cerca de 140 investigadores terminam contrato com a academia minhota. “Estas pessoas são precisas, mas isto não é de fácil resolução. Não é solução a migração destes investigadores para a carreira docente”, referiu. Para o candidato, uma das respostas a este problema pode ser a criação de uma nova carreira, “algo permitido à UMinho por ser uma universidade de regime fundacional”. Essa nova carreira, acrescentou, “pode associar um conjunto de investigadores, com funções de suporte à atividade de investigação”, detalhou. Segundo o professor, “está em aberto a possibilidade de se recorrer à carreira de assessor, consultor ou auditor”.
“A contratação de recursos humanos é uma prioridade para a Universidade”
Questionado sobre o envelhecimento do corpo docente, Rui Vieira de Castro disse acreditar que o Plano de Recuperação e Resiliência poderá permitir a folga financeira necessária para contratar mais docentes e assegurar uma transição intergeracional. O candidato garantiu que “as unidades orgânicas foram fortemente envolvidas na preparação da candidatura da UMinho ao PRR“, que resultou “numa proposta que, em função do financiamento atribuído, pela primeira vez em muito tempo, vai permitir à Universidade dispor de uma folga financeira que permite atuar não apenas em relação à saída de pessoas, como assegurar uma transição intergeracional“. “A contratação de recursos humanos é uma prioridade para a Universidade”, frisou.
Ainda sobre este tema, o professor Vieira de Castro relembrou que foram lançados oito programas e 112 cursos não conferentes de grau, no âmbito do UMinho Education Alliance, com 70 parceiros insitutcionais. Por ano, deverão ser abertas 1.200 vagas e o projeto irá ditar a contratação de mais recursos humanos, nomeadamente, docentes convidados.
As verbas provenientes do PRR, disse ainda, serão também úteis para o investimento nas residências universitárias, bem como no auxílio à construção da nova sede da AAUMinho, no campus de Gualtar.
No que toca à estratégia de disseminação da academia no território, o candidato discorda da construção de mais campi. Para Rui Vieira de Castro o polo de Vila Nova de Famalicão, “que tem uma vocação muito específica de investigação e transferência, numa relação muito estreita com o tecido da região” é um exemplo daquilo que deve ser feito. O candidato apontou ainda as Casas do Conhecimento em vários pontos do território ou a ligação que a UMinho tem a Boticas, como outros exemplos de sucesso. “Essa é a estratégia certa”, vincou.
“Não antevejo como virtuoso para a Universidade a multiplicação de campi. A universidade não pode criar a ilusão de que pode multiplicar indefinidamente os seus campi, não tem condições financeiras para o fazer. Não podemos aparecer a ocupar espaços em territórios onde estão instaladas outras instituições”, justificou.
O atual reitor da academia minhota pretende criar, caso seja reeleito, um instrumento de gestão que irá permitir entender qual o custo, por exemplo, de um curso ou unidade cultural para a instituição, que neste momento está sob uma “enormíssima pressão de tesouraria”. “Temos, desde 2020, medidas de estímulo à captação de financiamento no quadro de projetos de investigação. Pretende-se alargar essas medidas a outro tipo de projetos e, na medida do possível, temos que alargar a nossa capacidade de arrecadação de verbas”, justificou ainda.
A Universidade precisa de ter uma maior presença no espaço mediático, referiu Rui Vieira de Castro, e, por isso, Teresa Ruão, docente de Ciências da Comunicação, é uma das novidades na equipa reitoral.
Ao contrário da candidata Maria Clara Calheiros, Rui Vieira de Castro deu a conhecer a equipa que o acompanhará, se for eleito. Além de Teresa ruão, Luís Amaral, Filomena Soares, Joana Aguiar e Silva, Sandra Paiva e José Fernandes são as novidades.
Na área da investigação mantém-se, como vice-reitor, Eugénio Campos Ferreira. Manuel João Costa continua a ser pró-reitor para os Assuntos Estudantis e Inovação Pedagógica e Guilherme Pereira mantém-se com a pasta da Avaliação Institucional e Projetos Especiais.
As eleições decorrem esta quarta-feira de manhã, no Largo do Paço, em Braga.
