Hospital de Braga com mais de 20 mil sessões de terapia ocupacional por ano

O Hospital de Braga conta com mais de 20 mil sessões de terapia ocupacional, por ano. Destes, 12.630 fazem-no no Serviço de Medicina Física e de Reabilitação e 7240 no Serviço de Psiquiatria e Saúde Mental.
A terapia ocupacional “já existe há muitos anos, mas não é muito conhecida”, ainda assim a terapeuta e coordenadora deste serviço na unidade de saúde de Braga, Sara Gomes Castro, reconhece que os médicos têm vindo a direcionar cada vez mais doentes.
No Dia Mundial da Terapia Ocupacional, o Hospital de Braga foi palco de uma demonstração de boccia. A terapia ocupacional, explicou Sara Gomes Castro, “tem como objetivo dar funcionalidade e independência aos doentes, tanto ao nível das atividades da vida diária, como vestir e comer, como do trabalho e lazer, como é o caso do boccia”. Nesta área clínica, os utentes trabalham a parte motora, os músculos, porque, neste caso em particular, por exemplo, “há necessidade de segurar a bola para a atirar ou controlar o tronco para não caírem da cadeira no lançamento”. Além disso, é trabalhada “a parte mais funcional”. “Fazemos adaptações, como talas que seguram o talher para a pessoa levar a comida à boca”, exemplificou a responsável.
Ivo Oliveira é atleta do SC Braga há quatro anos e admite que a terapia ocupacional lhe trouxe “mais autonomia a vestir, despir ou a tomar banho”. “Foi muito bom para mim”, revelou. Ivo encara, neste momento, o boccia como um hobby, mas espera um dia dedicar-se de uma forma mais séria a este desporto adaptado, porque “tem uma grande importância na sua vida”. “Não é um desporto em que só se lançam bolas, é muito complexo e faz-nos pensar e evoluir enquanto pessoas”, afirmou.
Também Paulo Oliveira, atleta de boccia do SC Braga, frequentou terapia ocupacional na Associação de Parilisia Cerebral de Braga e, tal como Ivo, diz ser agora “mais autónomo”, conseguindo “cortar a carne, vestir e comer sozinho”. O boccia, admite, “traz-lhe felicidade”.
A equipa senior desta modalidade também se juntou à demosntração no Hospital. António Barroso diz-se “técnico superior de lazer” e começou a praticar boccia para manter-se ocupado e “não cair na tentação de ficar em casa”. “O boccia é uma atividade que desenvolve o espírito, a mentalidade e o corpo”, disse ainda.
