“Braga não deveria perder oportunidade de criar mais habitação pública”

“Braga não pode perder a oportunidade de criar mais habitação a preços controlados”. A afirmação é a deputada do Bloco de Esquerda na Assembleia da República, Alexandra Vieira, que, em declarações à Universitária, defende que o Município de Braga deve tentar travar a alienação do terreno do IEFP – Instituto do Emprego e Formação Profissional, na rua Dr. Felicíssimo de Campos, em Maximinos.
Os bloquistas já endereçaram um requerimento ao presidente da autarquia bracarense, Ricardo Rio, com o intuito deste iniciar o procedimento para que o terreno não seja vendido em hasta pública. O espaço, que é propriedade do Estado, conta com uma área de construção de 932 metros quadrados.
“O Município pode requerer ao IEFP e ao Ministério das Finanças que este terreno seja concedido para efeitos de construção para habitação a preços acessíveis”, frisa Alexandra Vieira.
A bloquista recorda que a BragaHabit tem apenas 600 fogos para habitação pública e, de acordo com estatísticas oficiais, no município bracarense existem cerca de 85 mil fogos, o que resulta em 0,7% de habitação com rendas acessíveis, enquanto a média do país é mais do dobro: 2%.
Neste sentido, o bloco de esquerda aproveitou o momento para questionar o edil da autarquia bracarense sobre que esforços têm sido feitos, nos últimos oito anos, de modo a “ampliar a oferta pública de habitação no concelho”. Além disso, o BE quer perceber se a cãmara tem reivindicado, junto da administração central, outros terrenos que possam vir a ser convertidos para este fim.
Nos últimos quatro anos, as rendas em Braga aumentaram 36%. Para contrariar a escassa oferta de habitação pública em Braga, o Bloco apela ao proprietário do terreno – o Instituto do Emprego e Formação Profissional – para que disponibilize o mesmo para utilização do município.
Em resposta, contactado pela RUM, o presidente do Município de Braga, Ricardo Rio, declara que o proprietário, ao longo dos anos, não demonstrou abertura para disponibilizar o espaço. A autarquia não está interessada em avançar com a compra do terreno.
