Orçamento de Braga para 2022 aprovado com voto contra de PS e CDU

O Orçamento da Câmara Municipal de Braga para 2022, no valor de 131,8 milhões de euros, foi aprovado pela maioria, na reunião do executivo desta quarta-feira. O documento mereceu o voto contra dos partidos da oposição.
CDU. Orçamento “não serve os interesses mais urgentes das populações do concelho”
Do lado da CDU, Bárbara de Barros diz que o orçamento “não serve os interesses mais urgentes das populações do concelho”.
A habitação foi uma das áreas mais criticadas pela comunista, que, embora conte com “um reforço significativo ao nível do RADA, não resolve as situações urgentes, desde logo a habitação social”. “Sabemos que há intenção de aproveitar fundos comunitários para reabilitar e adquirir novos fogos para eliminar a lista de espera. Era crucial que o município avançasse com verba municipal para reabilitar e adquirir mais fogos”, apontou.
A vereadora deixou aidna reparos às propostas da mobilidade e ao facto de a remunicipalização da Agere não estar contemplada no documento para 2022. “Não desistiremos”, garante Bárbara de Barros.
PS. “Braga é um dos grandes municípios mais mal geridos”
Do lado do PS, Hugo Pires diz que as propostas da maioria de direita “são as mesmas que foram anunciadas no primeiro orçamento, há nove anos”. “O Parque das Sete Fontes foi uma grande bandeira e ainda eé um projeto que nao saiu do papel; a dissolução da SGEB – Sociedade Gestora de Equipamentos de Braga – ainda não aconteceu; o Nó de Infias e o arraque da nova variante do Cávado também ainda nao aconteceu”, detalhou o socialista.
Para Hugo Pires, “há uma profunda incompetência”. Os vereadores do PS lamentam ainda a falta de ideias para apoio às famílias, mobilidade, espaços verdes e qualidade de vida. O orçamento e plano para 2022, diz o Partido Socialista, “é um projeto político desgastado e sem ideias”. Hugo Pires apontou ainda o aumento da depesa corrente, de 55 para 90 milhões de euros, entre 2011 e 2022. No mesmo período, denotou, a aquisição de serviços duplicou, de 10 para 21 milhões de euros, e a transferência de verba para as freguesias que diminuiu, de 8 para 4,5 milhões de euros. O vereador reforçou também o aumento da dívida bancária, que é agora de “cerca de 17 milhões”. “Isto vem confirmar o que o anuário financeiro dizia: Braga é um dos grandes municípios mais mal geridos”, finalizou Pires.
Rio. Obra no Media Arts Center avança depois de junho de 2022
O presidente da Câmara, Ricardo Rio, considera que o Orçamento municipal prevê sempre um reforço dos “apoios educativos, freguesias, sociais e saúde”. “Neste orçamento, temos consagrada uma verba de 500 mil euros para combate à probreza energética, para promover intervenções em residências de agregados com menos recursos económicos”, exemplificou. O autarca destaca ainda o projeto com o P5 – Centro de Medicina Digital, da UMinho, para disponibilizar serviços de medicina digital à generalidade da população.
Para Rio, este é “um orçamento e plano concretizador e de cumprimento dos compromissos” da maioria.
Há projetos que começaram a ser desenvolvidos e que em 2022 vão ser concretizados, como é o caso da Ínsula das Carvalheiras, o Convento de S. Francisco, o Centro Cultural Francisco Sanches, a intervenção no túnel da Avenida da Liberdade, a Rua Costa Gomes e a de S. Martinho de Tibães, bem como a requalificação da Escola de Nogueira, S. Pedro de Este ou a Escola de Figueiredo.
Em resposta ao PS, o autarca esclareceu que “o Nó de Infias não é da responsabilidade da Câmara, mas a obra vai ser concursada no proximo ano e, espera-se, executada, sendo da responsabilidade da Infraestruturas de Portugal”.
A obra do Media Arts Centre , que vai nascer no antigo cinema S. Geraldo, no coração da cidade, avançou Ricardo Rio, deverá estar no terreno “no 2.º semestre” do próximo ano.
“Estão a ser feitos os estudos finais para a conclusão do projeto e, logo que este esteja concluído, irá avançar para concurso”, justificou.
O documento foi aprovado pela coligação Juntos por Braga, contando com os votos contra da vereadora da CDU e dos quatro vereadores do PS. Recorde-se que o Orçamento Municipal de Braga para o próximo ano, que prevê 131,8 milhões de euros,menos 1,2 milhões de euros do que o de 2021.
