Orçamento e Plano de atividades da CMB em análise no Praça do Município

O Orçamento e o Plano Plurianual de Atividades da Câmara Municipal de Braga estiveram em debate na última edição do programa de debate político da RUM, Praça do Município.

Para 2022, o Município de Braga vai contar com um orçamento de 131 milhões de euros, menos 1 milhão e 600 mil euros em comparação com 2021. A autarquia tem como prioridades os setores da educação, cultura, mobilidade e sustentabilidade. Cerca de 90 milhões de euros já têm destino, serão canalizados para despesas correntes.

O programa de debate político da RUM, Praça do Município, é reposto esta segunda-feira, depois das 20h00.

“As granes obras enchem o olho, mas não resolvem os problemas dos cidadãos”.

António Lima considera que os dois documentos não trazem qualquer novidade aos cidadãos bracarenses. Para o comentador, o executivo liderado por Ricardo Rio está preocupado em publicitar grandes obras para encher o olho, sendo que a taxa de execução é baixa. Habitação a rendas acessíveis, mobilidade urbana e mais espaços verdes na cidade são algumas das prioridades para António Lima.

O comentador político não concorda com o facto de o executivo abdicar de 2 milhões de euros de receita em impostos como o IRS que no próximo ano irá baixar de 4 para 3,75%. António Lima acredita que esta verba poderia ser utilizada para dar resposta a problemas sistemáticos como passadeiras por pintar, realizar intervenções nas calçadas ou encontrar um espaço físico para as reuniões da Assembleia Municipal. “Ninguém sente no bolso esta devolução. Só beneficia uma camada média da população”, afirma.

Quanto à escola Francisco Sanches, o comentador diz ter dúvidas sobre a sua capacidade de dar resposta aos projetos já idealizados.

Autarquia irá reforçar verbas para o setor social.

De acordo com João Granja, este é um orçamento que irá dar respostas às questões sociais, sendo direcionado meio milhão de euros para combater a pobreza energética. “O RADA vai passar de 800 mil euros para 1 milhão. O que confirma que este executivo tem sensibilidade”, declara.

O RADA é o regime de apoio à habitação que consiste na atribuição de um subsídio destinado a comparticipar o pagamento mensal da renda no âmbito de contratos de arrendamento para habitação em regime de renda livre.

O comentador que classifica os dois dossiês como de “continuidade” alerta para um setor que apelida como de “maturação complexa” onde identifica três obras que o executivo de direita quer ver concretizadas: o Eco Parque das Sete Fontes, a Ínsula das Carvalheiras e o Convento de São Francisco, estes dois últimos em parceria com a Universidade do Minho.

O executivo terá pela frente a resolução de “dois restos da pesada herança”, são eles a SGEB – Sociedade Gestora de Equipamentos de Braga – que está em desmantelamento e que ainda vai gerar encargos e a resolução dos últimos litígios judiciais ligados à construção do Estádio Municipal de Braga”. 

Plano demonstra teimosia do presidente do Município de Braga. 

Jorge Cruz congratulou o executivo municipal pela iniciativa de instalar três centros de testagem gratuitos na cidade. Contudo, o comentador não deixou de criticar o facto de não ter sido possível analisar os documentos a fundo, visto que não foram disponibilizados atempadamente.

Durante o programa de debate político da RUM, Jorge Cruz realçou que “as grandes opções do plano demonstram um traço de caráter de Ricardo Rio que é a teimosia”, isto porque na ótica do comentador o dossiê inclui uma “série de projetos que já vêm de trás” e “já podiam estar mais que completos porque não estão dependentes de investimentos avultados”.

Para o comentador o plano de atividades é um “copy past” de documentos já apresentados no passado por esta maioria de direita. Jorge Cruz defende uma diminuição das despesas correntes e investir, a título de exemplo, nas freguesias que “continuam a ser tratadas como o parente pobre do Município de Braga”.