Remunicipalização da AGERE só avança depois da liquidação da SGEB
Rui Morais acredita que a remunicipalização da AGERE não será concretizavel a curto prazo. Recorde-se que o grupo privado Geswater detém 49% da quota da empresa municipal desde 2005.
Embora reconheça as vantagens de ter a empresa municipal sob chancela pública, o administrador admite, em entrevista ao Campus Verbal, que recorrer à banca poderia ser uma hipótese, se não houvesse limite ao endividamento. “A Câmara não tem, legalmente, possibilidade de o fazer. Relembro que existem limites ao endividamento, que não permitem que isso acontecesse. Se não houvesse esse limite, poderia haver margem para discutir a remunicipalização com financiamernto bancário”, explicou.
Segundo o administrador da AGERE, esta questão prende-se com prioridades e, neste momento, a liquidação da Sociedade Gestora de Equipamentos de Braga (SGEB) sobrepõe-se.
“Está demonstrado que, com uma gestão pública, se pode fazer tão bem como com uma gestão privada. A questão é a disponibilidade financeira da Câmara. Temos dois assuntos pendentes – SGEB e remunicipalização da AGERE. Estamos a falar de questões de prioridade”, reforçou.
Recorde-se que a remunicipalização da AGERE foi, novamente, levada a reunião do executivo municipal, em novembro, pela voz da vereadora da CDU, Bárbara de Barros. Na altura, o vereador socialista Hugo Pires apontou para 40 milhões de euros o custo desta ação, que poderiam ser pagos em menos de sete anos. Rui Morais lamenta que o vereador do PS tenha “atirado valores para o ar, sem fazer uma análise clara”. Sem se comprometer com estimativas de custo, o administrador da AGERE refere que o valor vai “depender da avaliação no momento em que se estiver a negociar”, garantindo que “vai ser pelo valor justo”.
Sem compromisso temporal para que a remunicipalização da AGERE avance, Rui Morais deixa apenas a garantia que este passo só será dado depois da liquidação da SGEB, podendo arrastar-se para um próximo mandato.
Pode ouvir a entrevista na íntegra aqui.
