“No meio de milhares de pilotos, poucos conseguiram ganhar etapas no Dakar”

Seis anos depois, um piloto português venceu uma etapa no Rali Dakar. O feito foi alcançado por Joaquim Rodrigues Jr., em motas, na edição mais recente da prova de todo o terreno, que terminou há precisamente uma semana na Arábia Saudita.
Em entrevista no programa RUM(O) Desportivo, emitido esta sexta-feira, o motard de Barcelos falou de “um momento histórico” a título individual e coletivo, já que a Hero, equipa que representa, nunca tinha conseguido vencer.
“Coloquei o meu nome nos livros do Dakar. No meio de milhares de pilotos que já estiveram no Dakar, poucos o conseguiram. Estar ao nível das estrelas mundiais faz com que todo o trabalho e sofrimento tenham valido a pena”.
A vitória aconteceu dois anos depois da morte do seu cunhado, Paulo Gonçalves, em plena prova nas dunas da Arábia Saudita. Por essa razão, Joaquim Rodrigues Jr. revela que, ao longo dessa etapa, “o pensamento esteve sempre no Paulo”.
“Passei o momento mais duro da minha vida naquele deserto no dia do acidente. Fiquei completamente de rastos e entrei em depressão. Tentei sair desse buraco por causa dele também”, recorda o “período negro” pelo qual passou.
Joaquim Rodrigues Jr. lamenta impacto da primeira etapa na classificação geral
Além da vitória na terceira etapa, o piloto minhoto conseguiu o terceiro lugar na penúltima. Na geral, ganha pelo britânico Sam Sunderland, ficou em 14º. Fazendo uma retrospetiva, Joaquim Rodrigues Jr. é da opinião de que “o resultado final não corresponde à prestação” que teve.
Nesse aspeto, a etapa inicial, marcada pelas más condições de navegação, acabou por ser prejudicial. Como foi dos primeiros pilotos a entrar em ação, sente que acabou por ter “dificuldades extra”, perdendo “50 minutos a uma hora”.
A partir daí e “já praticamente sem possibilidades de alcançar um bom resultado”, foi “uma corrida contra o tempo”. “Tirando esse dia, estaríamos a lutar por um top 5”, considera, analisa, destacando que “andou quase sempre na luta pelos lugares da frente”.
