Concelhia de Barcelos do Chega retira confiança política à direção distrital

Voltou a estalar o o verniz entre a concelhia de Barcelos do Chega e a direção distrital. A “gota de água”, que motivou a retirada de confiança política, surge durante a campanha eleitoral, mas as divergências não são de agora.
Em comunicado enviado à RUM, o presidente da delegação barcelense acusa a estrutura de ter organizado duas ações em Barcelos sem ter “comunicado” ao órgão local. Segundo Agostinho Mota, este foi “mais um atropelo perpetuado por Filipe Melo, presidente da distrital e o cabeça de lista por Braga às legislativas”.
“A Comissão Política do Chega de Barcelos não pode pactuar com todo o tipo de atitudes e práticas políticas, que violam os mais elementares princípios éticos e democráticos e atropelos ao regulamento interno do partido”, acrescenta.
A título de exemplo, o presidente do Chega – Barcelos lamenta que a distrital não tenha reunido com a concelhia para a elaboração e sugestão de militantes para figurarem na lista de candidatos a delegados ao IV Congresso do partido, realizado em novembro.
Queixa-se ainda que não foi tida em conta na formulação dos nomes para integrarem a corrida às legislativas pelo círculo eleitoral de Braga. “Foi um processo que se provou ser sectário, antidemocrático e indigno”, atira Agostinho Mota.
Confiança política retirada mutuamente; Presidente da distrital abre a porta da saída a Agostinho Mota
Contactado pela RUM, o presidente da distrital considera que é obsoleto esse comportamento, já que a decisão cabe à direção nacional. Além disso, Filipe Melo recorda que a posição de Agostinho Mota é mais frágil, visto que a confiança política lhe foi retirada em primeiro lugar, no mês de outubro, quando concorreu à Câmara Municipal de Barcelos.
“Não aceitou as indicações do partido no que a coligações diz respeito, tendo admitido, numa entrevista, querer fazer coligações com o PSD e até exigiu alguns pelouros”, explica.
Com este cenário montado e perante as acusações levantadas pelo presidente da concelhia, o líder da distrital afirma que “não fazia qualquer sentido fazer uma auscultação” com a estrutura local.
Retirada mutuamente a confiança política, a distrital do Chega remete uma decisão definitiva sobre a concelhia de Barcelos para depois das eleições legislativas porque se trata de “um dossiê com importância menos reduzida”. Ainda assim, Filipe Melo adianta que poderá haver “uma mudança” na liderança do Chega – Barcelos, já que “as coisas não se alteraram depois da retirada da confiança política”.
Em declarações à RUM, Agostinho Mota mostra-se disponível para continuar à frente da concelhia, mas garante que vai “respeitar integralmente a decisão da direção nacional”, tanto em relação ao órgão que comanda, como à distrital.
