“O papel do PR vai ser importante para funcionar como equilibrador do poder”

João Cerejeira considera que o Presidente da República deverá ter um papel mais assertivo na nova legislatura. Em causa o facto de entrar em vigor uma maioria absoluta do PS.

Em entrevista à RUM, o docente da Universidade do Minho alerta que, nestas situações, há “sempre o risco de uma colonização da administração pública por parte de elementos que estão no poder”. Por isso, atesta a importância de haver “um contrabalançar de outras instituições”, referindo que “nem sempre acontece em Portugal”. “O papel do Presidente da República vai ser importante para funcionar como equilibrador do poder”, acrescenta.

Na noite eleitoral, António Costa, secretário-geral do PS, prometeu “uma maioria de diálogo”. João Cerejeira tem dúvidas de que sejam privilegiadas as conversações com outros partidos, até porque, quando o governo estava em minoria, “nem sempre foi possível dialogar com as forças políticas que suportavam a maioria e com a oposição”.


Se não houver essa interação, quando decorrerem nomeações políticas, com “a substituição de um número grande de responsáveis de entidades reguladoras, a máquina do PS poderá privilegiar as pessoas mais ligadas ao partido”.

Quanto às outras forças políticas, o professor de Economia e Gestão acredita que haverá “uma reconfiguração”. Com a indefinição na liderança do PSD, perspetiva que a oposição seja “muito mais efetiva por parte dos partidos mais à extrema”. 


“Pode acontecer à direita, com o crescimento do Chega e da Iniciativa Liberal, e à esquerda, com o PCP e o Bloco de Esquerda a intensificarem a contestação ao governo, visto que já não estão comprometidos com o PS”, analisa.

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Tiago Barquinha
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