Largas dezenas de pessoas marcham pela igualdade. “É uma luta antiga, mas ainda está a meio”

Há mais de três décadas que Maria Otília faz questão de sair à rua no dia 8 de março. Desta vez o país é diferente, mas o objetivo continua a ser o mesmo: protestar contra todas as formas de violência machista e reivindicar a igualdade de género.

Apesar de ser “uma luta antiga”, Otília considera que “ainda está a meio”. “Há ainda alguns objetivos que não foram alcançados, relacionados com a justiça, a igualdade e a liberdade do corpo”, conta a cidadã brasileira, que se mudou recentemente para Braga.

No Dia Internacional da Mulher, a marcha feminista, organizada pela Rede 8M Braga, começou na Praça da República e seguiu pela Rua dos Capelistas, Rua Eça de Queirós, junto ao Jardim de Santa Bárbara, Rua da Misericórdia e pela Rua do Souto.

Manuel Sarmento não quis faltar à chamada, alertando que “as mulheres vivem uma condição social oprimida” e que é “necessário continuar a luta no sentido da sua emancipação plena”. Acrescenta ainda que “a causa feminista não é exclusiva das mulheres”.

Mulheres, homens e pessoas não binárias juntaram-se no centro de Braga também com o objetivo de homenagear todas as vítimas da violência doméstica, física e verbal. Diogo Barros lembra o caso recente da morte de um jovem trans de 15 anos, em Vila Real, que se suicidou porque “não era aceite pela família e pelos colegas da escola”. “Estamos aqui para representar todas as Rose’s”, refere, fazendo alusão ao nome da vítima.


A Rede 8M Braga junta várias associações da cidade. Para Catarina Neves, ativista da Rede Unitária Antifascista, que integra o coletivo, esta data é fundamental para continuar a alertar para injustiças que ainda existem na sociedade, desde a violência à remuneração”. “Precisamos de reivindicar os direitos das mulheres, vítimas de todo o tipo de opressão que sabemos que o estado capitalista e patriarcal lhes impinge”, enaltece.

Acusações de assédio na UMinho não são esquecidas


As acusações de assédio, conhecidas no final do ano passado no seio da Universidade do Minho, foram recordadas na marcha. O corte dos arbustos, a instalação de câmaras, o reforço da iluminação, a deslocalização de um funcionário acusado de assédio, assim como a abertura de um inquérito, e A criação de um grupo de trabalho foram algumas das medidas implementadas pela academia minhota.


Diogo Oliveira, um dos estudantes que fez parte da mobilização gerada na altura, considera que “não tem sido feito o suficiente”. “Quando fizemos a manifestação, apresentamos várias reivindicações e a maioria delas não foram atendidas nem vemos passos significativos nesse sentido. É preciso alguma urgência e datas concretas. O que temos visto são valores abstratos”, afirma.




c/Catarina Martins

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Tiago Barquinha
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