UMinho recebe exposição dos 100 anos da Seara Nova, revista que sobreviveu ao ‘corte’ da censura

São 100 anos de ação e pensamento crítico que podem ser revisitados na Galeria do Paço da Universidade do Minho. A exposição do centenário da revista Seara Nova está a percorrer o país e chega agora a Braga.

Através de diferentes intervenientes, a mostra retrata as diferentes faces do país, desde a 1ª República ao 25 de Abril, passando pelo Estado Novo. Na inauguração, esta sexta-feira, o diretor da publicação destacou “o espírito seareiro”, que “mantém intactos os princípios da liberdade, democracia, progresso e solidariedade” que estiveram na base da sua fundação.

João Luiz Madeira Lopes enaltece que, ao longo da sua história, passaram pela Seara Nova “alguns dos maiores vultos da cultura portuguesa”, espalhados por diferentes áreas. Joana Marques Vidal, Lídia Jorge, Maria Keil, Gago Coutinho, Victor de Sá, Jorge de Sena, Aquilino Ribeiro ou José Saramago, que assinou um texto na primeira edição após o Dia da Liberdade, são alguns dos exemplos.

Já foi semanal e quinzenal, mas agora a revista, que leva mais de 6 mil edições, é publicada trimestralmente, com “correspondência às quatro estações do ano”. Além do formato físico, a Seara Nova está também enraizada no digital. João Luiz Madeira Lopes refere que o site é “muito procurado no âmbito de investigações e estudos”. “Por vezes até temos mais procura por parte dos estrangeiros”, nota.



UMinho emite documentário e acolhe debate


A exposição tem passado por várias capitais de distrito. Depois de Lisboa, Coimbra, Aveiro, Porto e Vila Real, está agora em Braga, seguindo posteriormente para Faro, Setúbal e Santarém. Segundo a vice-reitora para a Cultura e Território, a realização deste tipo de iniciativas está “integrada na missão e na política cultural da Universidade do Minho”. 


“Queremos permitir às novas gerações o acesso à cultura, à história, à memória, de modo a perceber a importância do ‘espírito seareiro’ para a formação das novas elites políticas e culturais do país”, refere Joana Aguiar e Silva.


A exposição ‘Seara Nova – 100 Anos de Acção e Pensamento Crítico’ está patente na Galeria do Paço da Universidade do Minho até 19 de abril. A mostra inclui também um conjunto de trabalhos plásticos de Jorge dos Reis dedicados ao período da censura, intitulado ‘O Lápis Não Rasga o Papel’.


Além disso, ainda no âmbito das comemorações do centenário da revista, é exibido, de segunda a sexta-feira, às 11h e às 15h, o documentário ‘Há cem anos, a Seara Nova’, de Diana Andringa, e realiza-se, a 8 de abril, o debate ‘Que Seara Nova para os próximos 100 anos?’.  

Partilhe esta notícia
Tiago Barquinha
Tiago Barquinha

Deixa-nos uma mensagem

Deixa-nos uma mensagem
Prova que és humano e escreve RUM no campo acima para enviar.
Só Jazz
NO AR Só Jazz
00:00 / 00:00
aaum aaumtv