Rio aconselha Montenegro a começar mandato pelo diálogo com profissionais de saúde

Saúde, regionalização, inflação, salários e administração pública foram alguns dos temas levantados pelo social democrata num desafio lançado a Montenegro, este sábado.
Ricardo Rio, presidente do município de Braga, foi um dos militantes a subir a palco para intervir no congresso dos sociais democratas. O autarca deixou uma palavra “especialíssima” a Luís Montenegro, lembrando que ser líder do PSD “é uma responsabilidade” e “não um prémio”. Avisou que Montenegro “não vai poder prescindir de ninguém”, sustentando que só assim o partido será “revitalizado”. “Os portugueses estão à espera de saber em quem confiar”, notou.
Descartando a posição do PSD sobre o novo aeroporto como a grande preocupação do país, Rio alertou para o aumento dos custos das famílias, os impactos da inflação sobre o orçamento das famílias nos bens essenciais e o risco de colapso do Serviço Nacional de Saúde”. A este propósito, o presidente do município de Braga lembrou que “um dos melhores hospitais do país (Hospital de Braga) não está a conseguir assegurar serviços tão essenciais para a população como a urgência de obstetrícia e urgência pediátrica”, alertando para o “risco de se alastrar para outras especialidades”.
“Simbolicamente, passaria o primeiro dia do meu mandato a reunir com as ordens profissionais, com as estruturas sindicais deste setor, para recuperar a capacidade de interlocução que o governo não tem e que é fundamental para assegurar respostas para este setor crucial para o bem-estar da população”, sugeriu o autarca social democrata a Luís Montenegro.
Ricardo Rio levantou outras questões que considera prioritárias na nova liderança do PSD, nomeadamente na política de rendimentos, de pensões, de modelos de administração pública, além da proposta para a subida do salário médio e mínimo. “Como é que Portugal vai criar condições para atrair e reter talento na administração pública? Não se trata de um leilão público de promessas”, disse. “Os eleitores gostam de uma oposição que faz acontecer e que tem uma política construtiva”, notou, referindo-se ao “exemplo de Braga” nesta matéria.
“Não há processo de regionalização se o PSD não tomar partido”
Desafiou ainda o PSD a apresentar um relatório de sustentabilidade no próximo ano. “O PSD não pode ser o partido do ‘nim’. Vamos ter o debate da reorganização administrativa do país. Não há processo de regionalização em Portugal se o PSD não tomar o partido. Ouça as bases do nosso partido, formate uma posição e, ou defende, ou não defende, e vamos poupar recursos e ilusões sobre o nosso futuro”, sublinhou.
No final da sua intervenção, Ricardo Rio voltou a apelar à união dos sociais democratas, desafiando os militantes a saudarem todos os ex-candidatos à liderança do partido e propondo um encontro entre os antigos primeiros-ministros sociais-democratas, entre eles Balsemão e Passos Coelho, militantes que devem “orgulhar” o PSD.
PSD. Montenegro escolhe bracarense Hugo Soares para secretário geral
O líder do PSD anunciou este sábado os nomes que o vão acompanhar na presidência. Paulo Cunha confirmado para vice.
O líder do PSD, Luís Montenegro, anunciou este sábado que o eurodeputado Paulo Rangel será o seu primeiro vice-presidente e que o ex-candidato Miguel Pinto Luz ocupará outra vice-presidência.
Os restantes `vices` serão a ex-líder da JSD Margarida Balseiro Lopes, o antigo secretário de Estado António Leitão Amaro, o líder da distrital de Braga, Paulo Cunha e a militante Inês Ramalho.
Para secretário-geral, o novo presidente confirmou que irá propor à votação dos delegados este domingo o nome do antigo líder parlamentar Hugo Soares.
Como vogais da Comissão Política Nacional (CPN), o novo presidente vai propor o ex-líder da distrital de Leiria Rui Rocha, o presidente da Câmara de Vagos Silvério Regalado, a presidente da Câmara de Portalegre Fermelinda Carvalho, o vice-presidente da Câmara de Albufeira Cristiano Cabrita, a antiga Inês Domingos, o presidente da Câmara de Pinhel Rui Ventura, a deputada Germana Rocha, o ex-líder da concelhia de Lisboa Rodrigo Gonçalves, o ex-líder da distrital de Coimbra Maurício Marques e o presidente da distrital de Setúbal Paulo Ribeiro.
